Professor do Ichca lança livro com abordagem nos caixeiros de Maceió

Obra aborda mutualismo praticado entre trabalhadores do comércio em Maceió na virada do século 19


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Jhonathan Pino - jornalista, com informações da Uneal

Nesta sexta-feira, 16, o professor do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (Ichca), Osvaldo Maciel, lança a obra A Perseverança dos caixeiros: o mutualismo dos trabalhadores do comércio em Maceió (1879-1917). O evento ocorre as 15h no prédio do Ichca.

Publicação da Editora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o livro é tese do doutorado do professor na UFPE e apresenta uma pesquisa sobre uma das primeiras formas de organização dos trabalhadores no Brasil, as sociedades mutualistas ou de socorros mútuos, centrando o foco em Maceió, entre a segunda metade do século 19 e a Primeira República.

No livro, o professor apresenta uma pesquisa na área de História Social do Trabalho. No caso pesquisado, foi destacada a história da Sociedade Perseverança e Auxílio dos Caixeiros de Maceió (criada em 1879) e na Sociedade Instrução e Amparo dos Caixeiros de Maceió (1882/1884), que eram destinadas aos trabalhadores do comércio da capital alagoana.

Oswaldo, que também é professor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), ressalta que sua tese faz conexão com a realidade de muitos estudantes da  Uneal. “Como grande parte dos discentes de nossa instituição são oriundos das classes baixas (trabalhadores, pequenos agricultores, camponeses), estudar o mundo e as experiências das classes subalternizadas ajuda a entender não só as raízes do presente, mas contribui em uma melhor percepção do quanto nossa sociedade atual é excludente, baseada na exploração da classe trabalhadora, e na acumulação de riqueza nas mãos de poucos”, explica o professor.

Sobre as contribuições do curso para sua vida profissional e pessoal, ele destaca: “Há algum tempo, a pesquisa faz parte de minhas obrigações profissionais, mesmo muitas vezes sem ter as condições mínimas condizentes de trabalho, pelo descaso que o governo tem destinado aos pesquisadores nas áreas das ciências humanas e sociais”.