Professores na Ufal: perspectivas e experiências

Um pequeno panorama sobre quem compõe a maior instituição de ensino de Alagoas


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Josilaine, Adreivna,  Thiago e Siumar são representantes da nova leva de docentes na Ufal
Josilaine, Adreivna, Thiago e Siumar são representantes da nova leva de docentes na Ufal

Jhonathan Pino - jornalista

Na semana que antecedeu o Dia do Professor, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) ganhou quatro novos docentes. Adreivna Serbin, Josilaine dos Santos Siumar Tironi e Thiago Mendonça tomaram posse na última quinta-feira, 11 e somam-se aos 1363 docentes existentes na Ufal. São professores nascidos em diversos recônditos do país e 28 vindos de outras nações, mas que chegam a Alagoas principalmente por três motivos: oportunidade financeira, acadêmica e de proximidade dos seus familiares ou parceiros.

No dia em que foram empossados, a vice-reitora Rachel Rocha chamou atenção para os ganhos da Ufal. “Vemos com muitos bons olhos a entrada deles. A instituição se sente honrada e agradecida com a opção dessas pessoas em colaborar com a construção de uma universidade cada vez mais comprometida em transformar a realidade de um Estado com índices tão adversos”, relatou.

Apesar de serem novos na instituição, o perfil dos professores que entram na Ufal é de muita experiência. Muitos deles já trabalhavam no ensino superior há mais de uma década, quando aprovados no concurso da Ufal, o que o aparentemente os torna capazes de responder a altura as exigências do povo alagoano.

Esse é o caso de Thiago Mendonça. O servidor já atuou na esfera pública e privada, passou pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), como substituto; pelo Centro Universitário Cesmac; pela Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES) e traz toda a sua carga para o Instituto de Química e Biotecnologia da Ufal. “A meu ver, a principal diferença entre as instituições privadas e publicas são os investimentos na pesquisa e extensão destas últimas. Esses investimentos colaboram enormemente para a formação dos alunos”, relata Thiago.

Siumar Tironi, aprovado como professor do Centro de Ciências Agrárias (Ceca), também toca no mesmo ponto. “Aqui se dá mais importância as questões de extensão e pesquisa. A Ufal dá grande importância a essas áreas. Vejo isso porque participo como colaborador da pós-graduação aqui”, diz Siumar, ao comparar a Ufal com o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), onde atuava desde 2010.

A caçula da turma não tinha nada de inexperiente. Adreivna Serbin já foi professora da pós-graduação na Pontífice Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Curitibana e crescida em Porto Alegre, Adreivna fez o concurso para o Campus Arapiraca para ficar mais próxima do namorado. “Eu pretendo trazer ideias novas a partir de minhas experiências na pesquisa e extensão. Fiz residência multiprofissional em Saúde do Idoso e posso contribuir para o curso principalmente nessa área”, ressalta.

Ainda inexperiente na docência, mas com uma carga teórica somada com o Mestrado e Doutorado na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Josilaine Santos é a única alagoana do grupo dos mais recentes professores da Ufal. Filha da casa, ela diz que se inspira em alguns exemplos da época em que fez graduação em Zootecnia, na Ufal, “o professor Marcelo Melo tem a melhor didática que eu já vi até hoje”, lembra a docente.

Veterano do IGDEMA conversa sobre experiências de quatro décadas na Universidade

A comemoração é dupla para o professor Daniel Farias de Almeida. Para esse cidadão de São Luís do Quitunde, outubro não é só o mês em que ele comemora o dia de sua categoria, mas é o que antecede o aniversário de sua entrada na Ufal. No próximo dia 16 de novembro, Daniel completa 40 anos de contribuição a instituição, o que o faz o docente mais antigo da Ufal, título que carregará até janeiro próximo, quando deve se aposentar.

Inicialmente concursado como professor assistente para a Faculdade de Engenharia, ainda na Praça Sinimbú, Daniel passou por mudanças físicas, como a transferência do local de trabalho para o Campus A. C. Simões e também de unidade acadêmica. “Quando eu vim para esse Campus, houve uma reformulação do MEC [Ministério da Educação], que provocou a ida do curso de Engenharia de Agrimensura para o IGDEMA [Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente] para que atendesse as exigências do Ministério”, lembra.

O professor relata que as modificações também ocorreram no método de aprendizagem dos alunos. “Hoje os meios são melhores e mais avançados. Na época em que eu estudava, para fazermos uma pesquisa, eu necessitava pedir para que um amigo caminhoneiro comprasse os livros em São Paulo. Vivíamos em contato maior com os livros e o aluno era mais interessado porque a perspectiva de mudança era maior”.

O professor relata que a disponibilidade dos meios tecnológicos facilita a vida do estudante, mas a cibernética muitas vezes o tira do contato com o campo e caberia ao professor estimular isso. “É preciso um link que traga o conhecimento do laboratório para o campo e vice-versa. É no campo que você tem contato com a aplicação de uma prática que conheceu nos laboratórios”.

Quando perguntado sobre que conselhos ele daria aos professores relatados acima, Daniel confessa que sempre buscou coisas novas. “Sempre me dediquei. Nunca parei quando a coisa complicava, sempre buscava estudar e adquirir a confiança para o trabalho. Sempre fui muito curioso, acho que todo professor deve ser um curioso e foi graças a isso que tive a honra de trabalhar com Oscar Niemeyer e trouxe essa experiência e honra para a Universidade”.