Servidor comemora Dia do Repórter Fotográfico em três décadas de trabalho

Jhonathan Pino - jornalista

Antes mesmo da escrita, foi a partir das imagens que a humanidade aprendeu a contar a sua história. Com a evolução das técnicas de reprodução, o homem foi deixando seus vestígios em pinturas rupestres em cavernas, telas, até chegar a digitalização das fotografias. No último século, o jornalismo acompanhou a evolução tecnológica e utilizou os recursos da fotografia para retratar os feitos merecedores de atenção pública. Na vida de Manoel Correia da Mota, a arte fotográfica teve início em 1970 e há 30 anos ele vem contribuindo para documentar a história da Universidade Federal de Alagoas.

Desde 01 de junho de 1982, Manoel Mota contribui com seu trabalho na Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Alagoas. Difícil é encontrar algum servidor que nunca foi capturado pelas câmeras do técnico em fotografia. No dia 2 de setembro, Manoel é o único servidor da Ufal a comemorar o Dia do Repórter Fotográfico. Pelas lentes dele passaram seis reitores e diversas autoridades nacionais, entre elas os presidentes Tancredo Neves, em visita à instituição na campanha das Diretas Já, no início da década de 1980, e Fernando Collor de Melo.

Ao longo de 30 anos, Manoel documentou acontecimentos em que a universidade esteve presente, como o início da Hidrelétrica do Xingó; a homenagem ao educador e filósofo Paulo Freire, quando recebeu da Ufal o título de Doutor Honoris Causa; o nascimento dos campi do interior, além dos momentos de agitação de greves, pelos quais a universidade passou durante as três décadas. “Eu faço tudo sem preferências. Para mim tudo é fácil. Pegar na máquina é como pegar numa caneta”, relatou o técnico.

Uma arte compartilhada entre irmãos

Apesar de ter uma contribuição de três décadas à universidade, não foi nesta instituição que ele deu os seus primeiros passos na arte da fotografia. “Foi com meu irmão mais novo, João Correia da Mota, fotógrafo há 40 anos, que tive as minhas primeiras lições de fotografia”, disse Manoel.

Com o irmão, Manoel aprendeu a capturar e revelar as imagens. Juntos, durante vários anos, eles contribuíram para a documentação de diversas histórias pessoais. Mas a experiência adquirida pelo servidor sempre esteve atrelada a sua participação em cursos na área de fotografia. O primeiro deles veio em 1977 e foi essencial para a sua entrada na Ufal, cinco anos depois. “Quando entrei na universidade, tive toda a orientação de Laércio Luís Amorim, que na época tinha vindo do Ministério da Agricultura, como fotógrafo. Com ele, aprendi a dominar as técnicas”, lembrou.

As mudanças tecnológicas exigiram adaptações do servidor, que passou da fotografia analógica, em preto e branco, à digitalização das imagens. Para manter-se atualizado, Manoel adquiriu mais de 70 certificados, símbolos dos cursos de capacitação. “Fiz curso de Produção em Televisão e Videocassete, Técnicas de Arquivos, Photoshop e outros tantos, sempre em busca de melhorar o meu trabalho”.

A maior parte dos certificados está guardado da mesma forma que seu acervo pessoal de fotos. “Outro dia joguei fora o amontoado de filmes, mas antes digitalizei algumas fotos já reveladas, para manter o arquivo”, relatou. Boa parte desses arquivos está na casa do servidor porque na época da fotografia analógica era o próprio Manoel que mantinha ampliador, tanque de revelar, secadeira, lentes e outros materiais utilizados na revelação das fotos.

Manoel deve se aposentar em junho de 2013 e, com isso, a universidade perderá no seu dia a dia o responsável por manter a memória viva, como as pessoas costumam dizer. Por isso, o Minuto do Servidor também vai homenagear Manoel Mota na edição do próximo dia 6, um dos servidores que contribuíram com o registro de eventos e divulgação nos diversos veículos de comunicação da Ufal. Por que não dizer que Mota é um dos servidores presentes nos momentos públicos mais importantes da instituição.