Da química das plantas medicinais às telas expostas na França

Professor da Esenfar, João Xavier desenvolveu talento artístico dentro de casa


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Essa tela ficou exposta no Gabinete da Vice-Reitoria
Essa tela ficou exposta no Gabinete da Vice-Reitoria

Jacqueline Freire – jornalista colaboradora

O interesse pela pintura surgiu ainda criança, ao observar a mãe, que fazia desenhos e óleo sobre tela. Com o passar do tempo, o professor João Xavier de Araújo, atual diretor da Escola de Enfermagem e Farmácia (Esenfar), foi aperfeiçoando as técnicas e tratando com profissionalismo um hobby que o acompanha até hoje. “Eu achava bonitos e interessantes aqueles tubos de tintas coloridos e a forma como a mistura de tintas formava cores diferentes daquelas originais. Quando criança, fazia trabalhos com gesso e tinta guache. Desde os 13 anos fazia cursos de artes no Colégio Marista de João Pessoa-PB, com vitral, desenho e óleo sobre tela”, diz ele.

“Em Strasbourg, na França, durante o pós-doutorado, trabalhei um pouco com aquarela, mas exigia muito tempo e não tive oportunidade de continuar. Posteriormente, quando vim morar em Maceió, fiz algumas aulas com uma professora particular, mas apenas óleo e acrílica”, explica o Xavier, que diz não ter interesse em comercializar seus quadros. “A pintura sempre foi apenas um hobby. Realizar esses trabalhos é sempre uma válvula de escape do estresse do dia-a-dia. Possuo apenas um quadro. Os outros, eu sempre os faço e dou de presente, ou faço a pedido de amigos”, conta.

Seus trabalhos já estiveram na Universidade de Strasbourg, onde expôs fotos das praias de Maceió, Japaratinga e da lagoa Mundaú. “Foi interessante porque as pessoas se interessaram muito e deixei todas as fotos para professores e amigos da Faculdade de Farmácia de Strasbourg”, diz ele. O único quadro exposto até hoje é o que ficou durante dois meses no Gabinete da Vice-reitoria.

Segundo o professor artista, os trabalhos na Universidade tomam muito tempo, mas ele continua fazendo fotos e óleo sobre tela e até imagina, no futuro, preparar alguma exposição. “O tempo fica curto demais e a gente vai deixando as artes plásticas para depois, mas mesmo assim, de vez quando faço algum trabalho. Outras vezes, começo alguns ao mesmo tempo e vou terminando quando aparece um tempinho, ou a vontade de continuar e terminá-los. Para expor, eu teria que me dedicar a fazer uma série. Um dia, quem sabe”.

A carreira acadêmica

Na Ufal, o professor João Xavier atua desde 2003 nas disciplinas de Introdução à Química Farmacêutica; Química Farmacêutica Medicinal; Tópicos Especiais em Química Medicinal, no curso de graduação em Farmácia e nos cursos de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas; Química e Biotecnologia; Ciências da Saúde e RENORBIO. Hoje ele é também o diretor da Escola de Enfermagem e Farmácia.

Segundo ele, o interesse pela química e as plantas medicinais também veio cedo: “Vi na Farmácia um curso que poderia agregar tudo isso, por isso o escolhi. Desde o segundo ano de graduação comecei a Iniciação Científica na UFPB e ingressei assim que me formei no mestrado em Farmacologia e Química de Produtos Naturais (UFPB). Imediatamente, em 1997, fui fazer Doutorado na UFRJ, com sanduíche na Université Claude Bernard, em Lyon (França). Após defender a tese de doutorado em 2001, fui fazer pós-doutorado na Université Louis Pasteur, atual Université de Strasbourg, na França e em 2003, ingressei na Ufal”.