Professor de Física se envereda pelas trilhas da vegetação alagoana
Wandearley Dias utiliza a bicicleta para fazer descobertas na natureza
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Jhonathan Pino - jornalista
De início era apenas uma brincadeira de amigos: quatro adolescentes, quatro bicicletas e uma cidade, Vitória da Conquista, na Bahia. Foi desta forma que Wandearley Dias, docente do Instituto de Física (IF), iniciou sua vida como ciclista, há cerca de 12 anos. Mas o grupo sentia que faltava algo: “sempre andávamos pela cidade, mas o gosto pela natureza nos atraiu para o meio do mato”, relata.
Hoje “o mato” de que ele fala são as florestas que beiram as belas praias do litoral norte e sul alagoano. Em uma destas trilhas, por exemplo, cerca de três dezenas de apaixonados pela natureza visitaram as praias de Carro Quebrado e Praia do Morro, localizados no Município de Barra de Santo Antônio. Para os mais experientes, foram cerca de 130km entre asfalto e estradas de barro. Os menos adaptados às grandes distâncias também puderam fazer um percurso menor, restrito a região da Ilha da Crôa.
Capacete na cabeça, óculos nos olhos e os materiais de manutenção da bicicleta na mochila são indispensáveis para fazer o percurso. “Quando o passeio é com grupo grande, em todas as trilhas há pneus furados; poucas vezes há problemas com correntes, aros empenados ou freios falhando. Por isso pregamos que o ciclista tem que fazer a manutenção periódica da bicicleta. Quem segue isso na linha, acaba tendo, às vezes, apenas o pneu furado na hora da trilha”, alerta.
Para quem está a fim de iniciar a fazer as trilhas, também é necessário o uso de bicicletas mais resistentes. Elas podem ser encontradas por valores a partir de mil reais. Alimentos leves e água também são essenciais para todos, principalmente para aqueles que não têm o costume de passar horas pedalando. E para as pessoas que têm receio de pedalar só, existem grupos, como os Ciclistas de Maceió e o Pedalando bem acompanhado, que fazem passeios coletivos e orientam os novos ciclistas. Às vezes os percursos são escolhidos por enquetes entre os integrantes.
Sem destino
Wandearley relata que apesar de conhecer várias trilhas em locais na Garça Torta, Jacarecica e Coqueiro Seco, sempre está mapeando novas rotas para a realização da atividade. “Elas geralmente têm um percurso de 40km e duram cerca de quatro horas, mas Alagoas é um lugar de muitas belezas à espera de serem descobertas”, lembra.
O docente também participou de um circuito Santana-Arapiraca, de 100km, e vem treinando ao menos duas vezes por semana para participar de trilhas mais longas. “O circuito de Alagoas está começando a crescer e o número de competições tem atraído cada vez mais participantes”, diz.
Apesar de estar entusiasmado com as belezas alagoanas, Wandearley não se esquece da origem e quando tem oportunidade, volta a Bahia (em Vitória da Conquista e região da Chapada Diamantina) para relembrar na prática o dia em que “pedalava no mato” com os amigos.