Festa junina anima o Núcleo de Desenvolvimento Infantil

Deriky Pereira e Emanuele Divino – estudantes de Jornalismo

Brincar, cantar e dançar com retalho, cocada e baião: criança alagoana é cheia de tradição. Esse foi o tema da festa junina do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), realizada na tarde da última quarta-feira, 26. Além de contemplar os tradicionais festejos dos santos, a festa teve como objetivo promover o resgate da cultura local, com brincadeiras e apresentações.

“Desde o ano passado resolvemos repensar o formato após ouvir de alguns pais que eles não se sentiam contemplados com a questão da religiosidade. Claro que em alguns momentos aparece a questão da religiosidade sertaneja, no que diz respeito aos santos, mas a festa em si, se trata de todos os aspectos culturais, para contemplar a cada um”, declarou Andreza Pinheiro, diretora do NDI.

Ainda segundo Andreza, cada uma das seis turmas do Núcleo ficou responsável por promover esse resgate das brincadeiras e da cultura alagoana. “No Nordeste, especialmente em Alagoas, há um desconhecimento da cultura local. Então, como trabalhamos com as crianças, começamos a resgatar um pouco disso com elas. As brincadeiras, a musicalidade, as comidas e vestimentas desse ano foram todas com esse foco. Sem contar que os alunos também fizeram trabalhos, que estão expostos aqui nas paredes”, complementou a diretora.

Entre os pais que estiveram presentes na tradicional festa junina, promovida pelo núcleo, o sentimento em comum foi satisfação. “A festa desse ano foi maravilhosa, superando, inclusive, a do ano passado. Eu adorei”, disse Mônica Mendonça, mãe de um dos alunos da Instituição. “Estou satisfeita com a interação positiva que existe aqui entre a escola e a família do aluno”, declarou Paula Silva, outra mãe presente na festa.

“O momento da família na escola”

Valorizar a “instituição família” é um ponto muito importante para as crianças do núcleo. Segundo Andreza Pinheiro, os pais têm contribuído diretamente na realização das festas. “A gente vê, de um modo geral, que as famílias se fazem presentes nas escolas apenas quando são convocadas. Por isso, chamamos esse encontro de momento da família na escola, visto que incentivamos aos pais a valorizar as produções das crianças, que se expressam dentro de suas habilidades”, salientou a diretora.

Não é a toa que a diversão não possui restrições. Ana Lívia, de 4 anos, Pessoa com Deficiência (PcD), participou ativamente das brincadeiras com as professoras e seus pais. Na opinião de sua mãe, Silvânia Barbosa, a menina é muito querida por todos no local. “Pra mim é gratificante ter uma escola que possa proporcionar a minha filha a oportunidade de poder participar juntamente com as demais crianças das atividades aqui instituídas. Fico feliz por Lívia ter sido tão bem recebida aqui”, relatou.

Para o professor Roberto Caffaro, os pais devem se mostrar sempre presentes e participar de forma direta quando tiverem oportunidade. “Sou bastante experiente nas festas do NDI; já participei de outras festividades e são sempre muito boas. A estrutura desse ano, inclusive, melhorou muito. Fico muito feliz e orgulhoso em ver meu filho se divertindo, ele é o melhor dançarino da festa”, disse, sorrindo.

E para manter a tradição, o casamento matuto e uma apresentação de quadrilha encerraram a festa. “Em uma de nossas reuniões, um servidor alegou que eles nunca se envolvem com os pais de modo a festejarem, pois chegam aqui para trabalhar. Foi a partir daí que surgiu a ideia de fazermos essa quadrilha. Como ensaiamos pouco, a gente acha que vai sair de forma improvisada, mas aí é que está a diversão”, concluiu Andreza.