Professor participará de Congresso Nacional de Musicologia em Portugal
Marcos Moreira relata a produtividade do grupo de pesquisa em Música da Ufal que já produziu vários trabalhos acadêmicos
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Lenilda Luna - jornalista
Quem escuta música como entretenimento nem sempre pensa nas implicações culturais, históricas, antropológicas e técnicas relacionadas a essa arte. A verdade é que a Música representa um vasto campo de estudo que exige aprofundamento científico. É a esse estudo que se dedica Marcos dos Santos Moreira, professor assistente da unidade Música, do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes da Universidade Federal de Alagoas.
Ele lidera um grupo de pesquisa sobre Metodologia e Concepção Social no Ensino Coletivo Instrumental. "O grupo tem como meta principal analisar e desenvolver pesquisa na área de ensino coletivo de determinados instrumentos musicais, como piano, violão e instrumentos de Banda de Música. Visa também realizar paralelamente um estudo musicológico e social sobre a relevância da Música na sociedade e nos grupos envolvidos nos Estados de Alagoas, Sergipe e Pernambuco", relata o professor.
Em quatro anos de estudo, com bolsas da Ufal e apoio do CNPq, o grupo produziu trabalhos acadêmicos que começam a ser divulgados. Recentemente, nos dias 17 e 18 de outubro, o professor Marcos Moreira esteve no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde participou do Simpósio de Estética e Filosofia da Música, organizado pelo do Grupo de Pesquisa Interinstitucional Música, Educação e Filosofia do departamento de Música da UFRGS, com o objetivo de debater "o fazer musical no Ocidente numa perspectiva estética, formativa, histórica e filosófica".
Neste Simpósio o professor apresentou o trabalho "Mulheres em Bandas de Música: Fatos Estéticos e Sociais no Nordeste do Brasil e Norte de Portugal", que foi a tese de doutorado defendida por ele na Universidade Federal da Bahia no início de agosto deste ano. O estudo apresenta um resgate histórico sobre a participação de mulheres em orquestras filarmônicas em regiões marcadas pelo patriarcalismo, que exigiram dessas integrantes um enfrentamento cultural e político, com similaridades entre Brasil e Portugal.
No levantamento histórico inédito, realizado pelo professor, ele resgata a história da primeira banda feminina de Alagoas, fundada em Rio Largo, com o nome "Banda de Música Gustavo Paiva". Uma das integrantes desta banda, a alagoana Neuza Gomes, hoje com 73 anos, foi entrevistada pelo professor para sua pesquisa. O estudo analisou a história de seis bandas, do Brasil e de Portugal, constituindo-se na primeira pesquisa intercontinental sobre o tema.
Congresso em Portugal
Depois de apresentar o trabalho dele no Rio Grande do Sul, o professor Marcos Moreira embarca agora para Lisboa, Portugal, onde vai participar, nos dias 7 a 9 de novembro, do Congresso Internacional “A música no espaço luso-brasileiro: um panorama histórico”, realizado pelos pesquisadores da Linha de Investigação "Estudos Luso-Brasileiros" do Grupo de Pesquisa "Estudos Interdisciplinares em Ciências Musicais" da Universidade Nova de Lisboa, promovido pelo Núcleo Caravelas (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical).
Segundo o professor, o convite para essa participação é um mérito coletivo. "a participação no Simpósio de Estética e Filosofia da Música, na Universidade Federal do Rio Grande do sul, e o Congresso Luso Brasileiro de Música, em Lisboa Portugal, são apenas resultados de um trabalho de 4 anos desenvolvido pelo meu grupo de pesquisa metodologia e concepção social no ensino coletivo Instrumental, que se ampliou e ganhou novas vertentes", destaca Marcos Moreira.
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