Diretor reeleito garante seguimento nos projetos da Famed
José Francisco Passos renovou a equipe de gestão e confia no diálogo para conseguir bons resultados para alunos e professores
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Manuella Soares - jornalista
As lideranças permanecem as mesmas, mas a equipe que compõe a gestão da Faculdade de Medicina da Ufal está toda renovada. O diretor Francisco José Passos Soares foi reeleito este ano e dá continuidade a um trabalho que ele define como desafiador.
“Eu e a coordenadora Iasmim [Duarte] permanecemos, então acredito que isso traz certo conforto para dar continuidade a políticas que a gente traçou para a integração ensino-serviço e para que o uso de uma multiplicidade de cenários se desse com uma mínima tranquilidade”, ressaltou Passos.
O diretor reeleito divide a gestão com a vice-diretora Mércia Lamenha. Os professores Iasmin Duarte e Audenis Peixoto têm a missão de coordenar as atividades acadêmicas do curso de Medicina e, à frente da coordenação de pesquisa e pós-graduação está o professor José Arthur Peçanha.
O único curso da unidade acadêmica forma, atualmente, cerca de 80 médicos por ano, mas a partir de 2015 serão mais 20 vagas no Campus A.C. Simões. Para amparar os alunos do curso de Medicina, a Famed ganhou uma sede própria que fez parte das metas da reestruturação curricular. Assim, foi desvinculada ao antigo Centro de Ciências da Saúde ganhando mais autonomia para as atividades e decisões acadêmicas. O prédio passou a funcionar efetivamente há três anos, contando com salas de aula, sala de leitura, miniauditório e laboratório de habilidades, numa área total de 1.600m².
Com o novo currículo implantado há oito anos, o curso passou de nota 2 para 5 e direciona a formação para a comunidade, atuando na rede SUS. Além do Hospital Universitário, os alunos usam o Hospital Geral do Estado como campo de prática e algumas unidades de Saúde da Família. Mas, para a direção da Famed, as dificuldades em manter a qualidade dos projetos desenvolvidos fora do Campus ultrapassam a instância acadêmica.
“Temos uma gestão difícil porque estamos num estado pobre, com uma rede SUS mal implantada, onde o Saúde da Família responde apenas por 28% da atenção comunitária. Não temos uma relação adequada com a rede porque isso depende de estabilidade de cargos como secretários de saúde e adjuntos. Mas, em um ano foram três mudanças, então toda aproximação é refeita quando muda o secretário. A gente tem que começar tudo de novo”, desabafou Francisco José Passos.
As queixas dizem respeito ainda à suspensão, por parte do MEC, do pagamento dos preceptores, que são os professores da unidade que acompanham as atividades dos alunos em campo. Outro quesito questionável pela direção da Famed, que, segundo Passos, pode prejudicar a formação dos alunos de Medicina, foi a implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, a Ebserh. Apesar de declarar previsões pouco otimistas, o diretor afirma que o diálogo é o melhor caminho para todos os lados.
“Estamos tentando uma aproximação, solicitando pautas com o reitor para que nas reuniões semanais com o HU a gestão acadêmica também se faça presente. Não só da Famed, mas também da Esenfar, da Nutrição, etc, porque nós temos um recurso humano imenso lá dentro, temos a responsabilidade de formar adequadamente. “O que espero para o presente imediato com repercussões futuras é que a gestão central trabalhe para fazer essa aproximação entre a Famed, o HU e a Prefeitura Municipal, e, aí sim, nossa gestão aconteça de maneira mais tranquila”, destacou o diretor reeleito.
Extensão como prioridade
O curso de Medicina da Ufal é considerado prioritariamente enxtensionista porque atua muito mais fora do que dentro de sala de aula. Atualmente, a Famed está em prática com 22 projetos de extensão atendendo à comunidade no Hospital Universitário e na multiplicidade de cenários onde os alunos e professores levam um pouco de conhecimento e cuidados em Maceió.
Ações e eventos são frequentemente organizados para chamar atenção para determinadas áreas da saúde como hipertensão e diabetes, além da parceria firmada com outros cursos e instituições, garantindo a interdisciplinaridade a serviço da população. Já as 20 Ligas acadêmicas formadas nas mais diversificadas áreas de atuação, aproximam os alunos da comunidade e contribuem no aprendizado deles em grupos menores, com mais aprofundamento dos temas levantados e possibilidade de criar alternativas didáticas nas ações de promoção da saúde.
A nova gestão, eleita para o quadriênio 2014-2017, pretende ampliar os espaços para desenvolvimento das atividades práticas. “A ideia é que a gente amplie com a criação de novos projetos, dando prioridade a extensão bem mais próxima da pesquisa e tentando integrá-la como uma mola propulsora para o ensino”, ressaltou a vice-diretora da Famed, Mércia Lamenha, adiantando que existe um projeto para construção de um anexo ao prédio da Faculdade onde haverá ambulatórios e uma estrutura física de suporte aos alunos e professores.
Novas vagas e perspectivas
Para atender às demandas de um corpo discente em crescimento, o prédio de ambulatórios que será construído no próprio Campus A.C Simões, em Maceió, está em fase de planejamento. O novo cenário de prática será voltado para atenções primária e secundária com controle da Famed.
“Vamos precisar de novos preceptores e estrutura adequada; então, a pretensão é fazer em cogestão com a Prefeitura (de Maceió), ou seja, nós construímos, oferecemos a estrutura física e parte dos recursos humanos e queremos que a Prefeitura faça a manutenção. Estamos em tentativa de diálogo para fornecer também a outra parte dos recursos humanos”, adiantou Passos.
Os recursos já existem e a vontade de fazer os planos saírem do papel são evidentes na nova gestão da Famed, que em breve terá 120 alunos a mais no curso de Medicina, sendo 20 novas vagas a partir deste ano. O compromisso de formar médicos capacitados continua sendo um desafio compensador.