Professora da Esenfar participa de novo recorde de paraquedismo
Ruth Trindade integrou grupo de 34 mulheres de todo o Brasil e de outros países da América do Sul
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Deriky Pereira – estudante de Jornalismo
A professora da Escola de Enfermagem e Farmácia (Esenfar) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Ruth Trindade, participou de novo Recorde Feminino Brasileiro e Sul-americano de paraquedismo em Botiuva, São Paulo. Participaram da modalidade 34 mulheres de todo o Brasil e de outros países da América do Sul em saltos que foram realizados de três aviões com voo em ala a uma altura de 16 mil pés.
Ruth fez parte do grupo representando Alagoas e a única paraquedista da região nordeste presente no recorde. “Eu me sinto muito orgulhosa de fazer parte foi recordes feminino de formação em queda livre, brasileiro e sul-americano, reconhecido e homologado pela Confederação Brasileira de Paraquedismo [CBPQ] e pela Fédération Aéronautique Internationale [FAI]. Orgulha-me por representar o Paraquedismo Alagoano e também nordestino, pois eu era a única nordestina presente no recorde”, comemora.
Os saltos foram com pouco mais de 5 km e a partir dos 12 mil pés os atletas utilizaram oxigênio para que o ar rarefeito não as afetasse. “O objetivo era fazer uma formação com 40 mulheres, mas no último dia do evento e depois de três tentativas, pois não é fácil este tipo de modalidade, a organização resolveu mudar a figura e fazer uma figura com 34 mulheres. Assim, alguns cortes foram feitos, mas permaneci no grupo”, explica Ruth Trindade.
Ruth e o paraquedismo
A professora nos conta que começou no paraquedismo no ano de 1997 e, ao longo dos últimos 17 anos, participou de diversos treinamentos e encontros de paraquedismos onde não há competição. Em 2006, ela foi a única mulher a participar 2º Torneio Tiradentes de Paraquedismo em João Pessoa e do 1º Torneio de Precisão Semana da Asa de Paraquedismo em Maceió, ficando em quarto lugar em ambos os torneios. Leia aqui outro recorde conquistado pela professora.
Do início aos dias atuais, Ruth já acumula mais de mil saltos e está na categoria D, a última que um paraquedista pode alcançar junto a CBPQ. Além disso, também é instrutora de paraquedismo. “A principal modalidade que prático é Trabalho Relativo [TR], que é a execução de figuras em queda livre por equipes de quatro ou oito paraquedistas dentro de um determinado limite de tempo. Normalmente, as sequências de figuras escolhidas envolvem também a execução de manobras intermédias”, explica.
Uma emoção diferente a cada salto
Em depoimento sobre a emoção em participar de mais esse recorde de paraquedismo, Ruth Trindade diz o que sente. Segundo ela, a cada salto, pode descobrir outra dimensão do tempo o que acarreta na percepção de cada segundo de vida. Ela ainda ressalta que os atletas não praticam o esporte por falta de objetivo ou responsabilidade, mas sim de enfrentar um desafio interno de praticar uma novidade.
“Quando saltamos o que sentimos e o ele representa naqueles segundos de queda e minutos de navegação não termina após o pouso. Ele continua dentro de você e junto com seu grupo na parceria que se forma entre os atletas. Acho importante ressaltar que saltar de paraquedas não significa falta de responsabilidade e/ou de objetivo, pois quem salta tem que primeiro enfrentar um desafio interno de fazer algo novo, depois tomar uma decisão de fazê-lo e treinar para poder realizá-lo e isso é participar de um recorde”, revela.
Ruth complementa que mesmo tendo uma forte participação dos homens na prática do paraquedismo, nunca sofreu preconceito ou conviveu com dificuldades de relacionamento com os demais atletas por questão de sexo. Hoje, aos 53 anos, a professora destaca que descobriu, por meio do esporte, novas formas de distribuir o seu tempo e concilia suas atividades de docência na Universidade como também com o ensino do paraquedismo.
“Para mim, saltar é como viver um momento mágico, de sonho. Voar é descobrir a cada instante de queda que você está vivo, pois consigo sentir todo tipo de emoção durante estes poucos segundos e vida sem emoção não é vida. Descobri como diz uma frase de Tom Jobim “a gente só leva da vida a vida que a gente leva. Amo a liberdade, a adrenalina e toda superação que alcanço a cada salto que realizo”, conclui Ruth Trindade.