ICHCA tem primeira progressão para professor titular
Enildo Marinho teve Tese Inédita aprovada na última quarta-feira
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Jhonathan Pino – jornalista
O Ser em Fuga foi o tema da tese aprovada na tarde da última quarta-feira (5), pelos professores Antônio Sidekum, da Universidade Federal Fluminense (UFF); Antônio Rufino e Ana Leda de Araújo, ambos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por meio de web conferência. Os três compuseram a mesa de progressão do docente Enildo Marinho Guedes, do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (Ichca) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), na apresentação de sua Tese Inédita, como forma de avaliação de sua ascensão funcional.
No trabalho, Enildo defendeu as diversas etapas de fugas do homem à natureza e as suas limitações biológicas. “Enquanto o cosmo muda conforme as leis da física; a vida conforme os aspectos físico-químicos, o humano tem seu próprio tempo”, defendeu. Para o docente, este tempo humano foi formado pela invenção do sagrado, das utopias, de ideologias e de suas paixões.
Enildo destacou que essas fugas são tentativas de reequilíbrio do homem com seus dilemas pessoais. No entanto, a criação do sagrado, por exemplo, ao mesmo tempo em que pôde produzir manifestações de ética, de arte e moralidade, também foi responsável pela reprodução de fanatismos. Em comum, ciência, religiões e as ideologias geralmente apresentam-se como saídas exclusivas para o bem-estar do homem, causando, por vezes, um tipo de conhecimento autoritário.
Foi tentando superar esses entraves e demonstrar as limitações que cada fuga apresentava ao homem que Enildo resolveu exercitar uma problemática própria. “Talvez fosse mais fácil trabalhar com um conceito já existente. Mas, depois de mais de 30 anos numa Universidade, eu gostaria de deixar uma contribuição”, ressaltou.
Quatro anos de leitura, mais de 200 títulos lidos nesse tempo e uma experiência como professor de Metodologia Científica de diversos cursos, desde o ano de 1983, talvez pudessem ser resumidos numa só frase. “Essa Tese é fruto de uma fuga particular: o sonho de ajudar as pessoas”, disse o professor.
A nota 8,66, atribuída pela banca, refletiu um pouco do sentimento de Ana Leda de Araújo: “a leitura do trabalho me encantou muito, principalmente pela autonomia intelectual. O seu português é impecável e acredito que foi a melhor Tese que já li. O agradeço muito por ter participado dessa avaliação”, declarou a docente.
Etapas da progressão
A progressão vertical de professor Associado IV, da Classe D, para Titular, Classe E, segue a legislação da Lei nº 12.863, de 24 de setembro de 2013. Para que consiga chegar a esse estágio o docente tem que comprovar ao menos 24 meses de interstício como Associado IV e apresentar um memorial, ou Tese de Defesa Inédita, a uma banca formada por três professores titulares de instituições externas.