Sou Ufal: As múltiplas atribuições da única tradutora e intérprete da Universidade
Lotada na Assessoria de Intercâmbio Internacional, Nayara Macena divide suas tarefas por toda a instituição
- Atualizado em
Jhonathan Pino – jornalista
Ela traduz diplomas, históricos e acordos de cooperação científica com universidades do exterior; faz interpretações de documentos oficias e ainda auxilia estudantes estrangeiros interessados em manter experiências acadêmicas na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Apesar de estar no singular, as habilidades de Nayara Macena são múltiplas e o número de funções que lhes são atribuídas parece acompanhar o mesmo ritmo da única servidora lotada no cargo de Tradutora e Intérprete da instituição.
Nomeada em agosto de 2014 para trabalhar na Assessoria de Intercâmbio Internacional (ASI), a servidora Nayara Macena costuma ser solicitada para setores diversos, seja o Gabinete da Reitoria, na interpretação de documentos oficiais ou o Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DRCA), na tradução de diplomas.
No entanto, ela diz que ainda sente um friozinho na barriga com a possibilidade de ter que trabalhar com a tradução simultânea. “Eu não sou formada em Tradução e Interpretação. Então se aparecer alguma coisa em tradução simultânea, numa área que não seja conhecida, como a Física Quântica, vou ficar preocupada e obviamente terei que conversar com o responsável para dar uma lida antes e poder me preparar”, admite.
O assessor de Intercâmbio Internacional, Niraldo de Farias, já esperava por um servidor para esse cargo há pelo menos oito anos. “Existia o cargo no Gabinete, mas não havia ninguém para ocupá-lo, mas como tínhamos que desenhar o perfil dessa pessoa para poder fazer o concurso, demorou muito tempo para que encontrássemos uma candidata com o perfil para fazer o trabalho certo”, revela.
Às vezes professora, outras, tradutora
Formada em janeiro de 2010, em Letras-Inglês, pela Ufal, Nayara já vinha acumulando experiências como tradutora de trabalhos voltados para área da saúde. “Eu fazia tradução na época da graduação, para fazer um extra. Fazia tradução na área de angiologia e ultrassonografia para médicos. Mas não tinha nada a ver com o trabalho atual”, lembra.
No entanto, ela ainda mantinha o interesse em atuar como professora e por isso, aprovada para o Instituto Federal do Amazonas (IFAM), partiu para a cidade de Lábrea, município amazonense. Lá, onde trabalhou por um ano e oito meses, teve que dividir seu tempo entre as atividades de professora de Inglês e o mestrado em Estudos Literários, na Universidade Federal de Rondônia (UFRO), em Porto Velho.
Nayara detalha como dividia a semana entre Lábria e Porto Velho. “Quando tem estrada, por seis meses do ano, são cinco horas pela estrada transamazônica, de voo, uns 50 minutos, num avião fretado”. Enquanto fazia o mestrado, a servidora continuava a estudar para concursos e assim conseguiu ser aprovada para o cargo de Revisora de Texto, na UFRO. No entanto, a demora para ser nomeada na instituição rondoniense lhe deu a oportunidade de fazer o concurso para a Ufal e ser nomeada antes daquele.
De volta à Ufal, Nayara agora se divide entre suas funções de tradutora da ASI, professora voluntária da Faculdade de Letras (Fale) onde ministra a disciplina de Literatura e Língua Inglesa 2 e assiste aulas como aluna especial do Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística (PPGLL) da mesma unidade de ensino.