Belmira Magalhães defende memorial acadêmico e é promovida a professora titular

Defesa contém toda produção realizada em seus 35 anos de atuação na Universidade


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Belmira Magalhães defende memorial acadêmico e é promovida a professora titular
Belmira Magalhães defende memorial acadêmico e é promovida a professora titular

Lenilda Luna - jornalista

No final de março, a professora Belmira Rita da Costa Magalhães, doutora em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Alagoas, defendeu o memorial acadêmico, no auditório do Instituto de Ciências Sociais, diante da banca examinadora externa formada pelos professores Marcos Tadeu Del Roio (Unesp), Ana Zandwais (Ufrgs) e Hermenegildo Bastos (UnB).

A defesa do memorial, contendo o resumo de toda a produção acadêmica realizada em 35 anos de atuação na Ufal, foi a segunda etapa, depois de uma avaliação interna, para ser promovida ao cargo de professora titular. O cargo foi criado pelo Ministério da Educação, em portaria de 2013 e pode ser pleiteado por docentes que já passaram por todas os níveis da carreira de professor nas universidades públicas federais.

Após a avaliação externa, Belmira Magalhães foi aprovada com muitos elogios dos professores da Ufal e da banca examinadora. "Recebi essa promoção com a sensação de dever cumprido. São mais de três décadas de muito trabalho, como professora e pesquisadora. Além disso, tenho participação em programas de outras Universidades, contribuindo para dar mais visibilidade aos trabalhos desenvolvidos na Ufal", ressalta a professora titular.

O fato de ser a primeira mulher na área de Ciências Humanas da Ufal com cargo de professor titular também foi considerado um marco importante para Belmira. "Sou militante da causa feminista. Para mim, que defendo a igualdade de gênero, é um incentivo para que as mulheres acreditem no potencial de cada uma. Esse reconhecimento chega quando estou me preparando para a aposentadoria, mas pretendo continuar atuando na Universidade e no movimento feminista", garante a professora.

Evolução da formação de pesquisadores e professores

Nesses 35 anos de atuação como professora de graduação e pós-graduação, Belmira Magalhães destaca os avanços que acompanhou na formação universitária. "Ainda precisamos melhorar muita coisa para oferecer uma educação de qualidade, mas programas como o de Iniciação Científica [Pibic] já possibilitam que os graduandos comecem a participar de pesquisas desde o início da vida acadêmica", ressalta a professora.

Segundo Belmira, essa participação em pesquisa estimula os alunos a almejar a continuidade da formação acadêmica. "Os alunos que participam do Pibic encontram mais facilidade para concluir a graduação e já apresentar um projeto de mestrado e doutorado. Muitos desses alunos de Iniciação Científica são aprovados em cursos de pós-graduação de universidades em todo o Brasil e no exterior", destaca.

Outro programa importante para a professora é o de monitoria. "É muito importante para esses alunos, que almejam a carreira docente, já acompanhar os planejamentos e até dar aulas, em algumas disciplinas, sob a supervisão do professor. Esse é um outro aspecto importante que contribui para a formação de professores mais qualificados e comprometidos com o ensino de qualidade", disse Belmira.

Para a professora, entre as questões que precisam melhorar no ensino superior está a oferta de atividades voltadas para alunos do período noturno. "Como são alunos trabalhadores, eles não podem participar de pesquisas em outro turno. Precisamos pensar que atividades podem ser oferecidas as esses estudantes, para que eles também possam ter acesso à pesquisa e projetos de extensão", enfatiza a professora.

Professores titulares na Ufal

Além dos cerca de cem professores da Classe D, nível 4, que podem pleitear a promoção para professor titular, a Ufal foi contemplada com três vagas para o cargo de professor titular-livre que é a mesma classe, mas obedece a critérios definidos na Lei 12.778, de 28 de dezembro de 2012. 

Neste processo, é preciso ter título de doutor e dez anos de experiência ou da obtenção do título, ambos na área de conhecimento exigido no concurso. Em maio de 2014, o governo federal autorizou o concurso para 150 vagas de professor titular-livre para as Instituições Federais de Ensino Superior, destinando três para a Ufal.  

Após sessão pública, com a presença de avaliadores externos, as três vagas foram destinadas aos institutos de Química e Biotecnologia (IQB), de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) e de Física (IF), que tiveram as maiores notas. O concurso já foi realizado e os cargos já foram ocupados.