Professor do ICBS ministra cursos em instituições do Sudeste
Marcos Vital compartilha seus conhecimentos de bioestatística com pesquisadores da área
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Jhonathan Pino - jornalista
Neste mês de julho, uma entrevista com o professor Marcos Vital, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), foi publicada na web, por meio de uma parceria entre o Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê), de São Paulo, e Bocaina Biologia da Conservação, de Minas Gerais. No vídeo, o docente pôde comentar a sua colaboração nos últimos anos com a produção de cursos e palestras em instituições voltadas para o meio ambiente e conservação.
O último ofertado, curso de R, reúne estudantes, pesquisadores e professores interessados em aprender mais sobre uma linguagem computacional voltada para aplicações em estatística nas mais diversas áreas. Marcos relata que se trata de uma linguagem de código aberto, totalmente livre, gratuita para qualquer usuário e que pode ser utilizada na produção de métodos de análise e de modelagem de dados biológicos. “A maioria dos trabalhos científicos em biologia que envolvem algum tipo de experimento precisam de um tratamento estatístico dos dados, e o R é uma ferramenta fantástica para isso”, frisa o docente.
Marcos revela que as possibilidades de uso da linguagem são imensas e por isso vem utilizando-a desde 2010 nas disciplinas de Bioestatística e Estatística Multivariada, respectivamente na graduação e no Programa de Pós-graduação Diversidade Biológica e Conservação. “O R costuma causar algum medo nos alunos que já ouviram falar dele, pois tem fama de ser bem complicado. O curioso é que justamente os alunos de graduação, que são de início de curso, são os que menos estranham, pois a maioria nunca ouviu falar sobre o R, e por conta disso não chegam com medo ou expectativa ruim”, salienta.
Como forma de evitar essa impressão ruim sobre a linguagem desconhecida, o ensino é feito com a inserção de atividades práticas. “Os alunos aplicam os conhecimentos destas disciplinas de maneira bastante prática, em trabalhos de iniciação científica, TCCs [Trabalho de Conclusão de Curso], dissertações e qualquer outro trabalho de pesquisa com o qual se envolvam”, comenta.
No vídeo, o professor ainda destaca que o uso orientado do R e sua familiarização tornam fáceis as aplicações da linguagem. “Eu tive meu primeiro contato com o R durante o meu mestrado, na UFG [Universidade Federal de Goiás], em Goiânia, ao realizar uma disciplina em 2004. Depois disso, tive a chance de assistir mais aulas sobre seu uso durante meu doutorado na UFV [Universidade Federal de Viçosa], em Viçosa, Minas Gerais, minha cidade natal. A partir de então fui aprendendo ‘com as próprias pernas’ mesmo, estudando e experimentando bastante. A minha experiência e facilidade de uso com a linguagem se consolidou bastante com a minha vinda para a Ufal, em 2010, quando comecei a ministrar a disciplina de Bioestatística no curso de Biologia”, lembra Marcos.
Como parte de sua parceria com o Ipê, nos últimos seis anos, além do curso de R, Marcos também já ministrou outro de análise de dados sobre Biodiversidade, geralmente procurado por profissionais que lidam com consultoria ambiental e analistas ambientais.
O docente também já foi convidado para realizar cursos na Universidade Federal do Espirito Santo (Ufes), na Universidade Estadual de Santa Catarina (Uesc) e para equipes do Instituto do meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ele acredita que essa troca de experiências com outras instituições favorece o crescimento da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
“Cursos como este atraem muitas pessoas para o Ipê, ao mesmo tempo que faço diversos contatos novos a cada visita, conhecendo novos alunos, professores e pesquisadores, e acabo mantendo contato e colaboração com alguns deles. Já recebemos aqui na Ufal um pesquisador que conheci no Ipê, e já fui co-orientador de mestrado de um aluno que conheci lá. Os cursos também são sempre uma boa oportunidade para divulgar um pouco as atividades de pesquisa realizadas na Ufal, e de atrair futuros novos alunos para o nosso curso de pós-graduação”, destaca o professor.