Docentes da Ufal debatem sobre os impactos da crise política na Educação
Debates fazem parte da preparação para o 2º Encontro Nacional de Educação promovido pela Andes
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Lenilda Luna - jornalista
Professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) se reuniram na manhã desta sexta-feira (20), no auditório do Centro de Educação (Cedu), para participar do seminário Por um Projeto Classista e Democrático da Educação, promovido pela Diretoria de Política Educacional e Científica da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal).
O seminário é preparatório para o 2º Encontro Nacional de Educação, que será promovido pela Associação Nacional dos Docentes (Andes), nos dias 16 a 18 de junho, em Brasília. "Esta discussão já estava na pauta da Adufal, mas se tornou mais relevante nessa conjuntura política de golpe, porque é assim que entendemos e o mundo inteiro entende os últimos acontecimentos no Brasil", pontuou Ana Vergner, professora do Cedu e presidente da Adufal.
A educadora e sindicalista ressaltou a necessidade de organização para manter os direitos conquistados. "Nesse momento estamos vivendo retrocessos muito sérios na Educação, com a extinção de ministérios que executavam as políticas públicas de garantia ao respeito à diversidade, ao direito à Educação de uma parcela da população que nos últimos 13 anos teve mais acesso e agora vive o risco de perder esses avanços", alerta.
O debate contou com exposições do economista Cícero Péricles e da educadora Sandra Lira. Eles falaram sobre a conjuntura política e econômica do país e a luta por um projeto democrático da educação. Sandra também ressaltou a importância de lutar pela democratização do acesso à Educação em todos os níveis, especialmente nesse dia em que se comemora a profissão de Pedagogo. "O curso de Pedagogia tem a preocupação de formação política dos educadores, para que eles atuem de forma consciente não só no magistério, mas na gestão da educação pública de qualidade e para todos", ressalta Sandra Lira.
Sobre o contexto político do governo interino, Sandra Lira também caracterizou como golpe institucional contra uma presidenta eleita democraticamente e contra a qual nenhum crime de responsabilidade foi comprovado. "Em meio à esse retrocesso político, a Educação vem sendo duramente atacada em vários níveis. Vimos a assembléia legislativa aprovar o que chamamos de 'Lei da Mordaça'. Essa é uma proposta nacional para reprimir a participação política dos educadores", denuncia Sandra Lira.
A educadora destaca ainda o risco de que as verbas vinculadas a Educação sejam alteradas nesse governo interino. "Temos no Ministério da Educação uma força política que foi derrotada nas urnas. Nesse momento, existem propostas sendo apresentadas para acabar com o piso salarial dos educadores da educação básica e para suprimir a lei que garante os recursos vinculados para a educação. São questões sérias que exigem reflexão e mobilização dos educadores", finaliza Sandra Lira.
O próximo debate acontece na terça-feira, 24, também no auditório do Centro de Educação (Cedu), na Ufal, a partir de 8h30.