Sou Ufal: Madileide Duarte se despede após 32 anos de serviço público
Servidora passou por diversos setores e trabalhou na Polícia Federal
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Jacqueline Freire – jornalista colaboradora
A trajetória de Madileide Duarte é cheia de desafios. Ela iniciou a vida profissional como servidora pública concursada, em 15 de maio de 1984 na Polícia Federal, como agente administrativo. Somente 15 anos depois a pedagoga conseguiu a sonhada redistribuição para a Universidade. Hoje, aos 32 anos de serviço público, Madileide se diz orgulhosa e satisfeita.
Enquanto aguarda a publicação da Portaria de Aposentadoria, ela se despede dos amigos e do setor que trabalha atualmente, a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação. Na companhia do irmão, Rubens Duarte, professor do Centro de Tecnologia, disse: “Sinto-me inteiramente acolhida por todos. E agradeço a todos e todas pelo carinho. Sentirei saudades, porém, fechar este ciclo de vida com uma aposentadoria significa dar continuidade a outros ciclos e descobrir novas possibilidades de vida pessoal e profissional. A vida continua!”.
O início
Filha de Maria Firmino de Oliveira Duarte e Anibal Duarte, ela é a quinta de sete irmãos, a primeira a nascer em Maceió. Segundo Madileide, a família sempre foi extremamente batalhadora. Mesmo com pouca escolaridade, os pais acreditaram na educação como prioridade na criação dos filhos. “A crença de nossos pais, são as nossas, de nós filhos, são as de nossos sobrinhos, certamente serão as de nossos netos quando se tornarem adultos. E, daí por diante”, afirma.
A servidora que adora ouvir músicas, dançar, caminhar, ir ao shopping, à praia, ao cinema e viajar muito, conta que são grandes os desafios de trabalhar numa universidade pública. “A dificuldade para o trabalho diário na Universidade, ao meu ver, é a presença marcante de estereótipos com relação à pouca valorização do serviço - tanto por quem faz, pouco e quase nada, como por muitos que chefiam alguns setores, como pelo governo federal”, explica.
Quando passou no concurso, Madileide vislumbrava trabalhar na Universidade, mas pelo quantitativo de vagas, foi convocada para o Departamento de Polícia Federal em Alagoas. “Fomos cinco escolhidos para assumir na mesma data os cargos de Agente Administrativo. Quando redistribuída, meu cargo passou a ser designado de Assistente em Administração. Simultaneamente houve a publicação da portaria de redistribuição e o resultado de minha seleção para o mestrado no curso de Letras - Literatura Brasileira da Ufal”, contou. Depois da formação em Pedagogia, também pela Ufal, veio o título de mestre em 2001.
“A Universidade é um espaço privilegiado para desenvolver vários formatos de aprendizagem. Digo isso sempre aos meus colegas técnicos, aos bolsistas; nas conversas nos almoços, nos lanches, no cafezinho com o pessoal da copa, no bate-papo pelo campus com professores, estudantes, comerciantes. Há diversidade de áreas de conhecimento e formatos de trabalho com desenvolvimento de pesquisas e tecnologias, esse é o maior legado”, diz ela, que acredita que podemos aprender de várias maneiras.
A experiência
“Nos 32 anos de serviço público federal trabalhei, por opção, em vários setores e, em cidades e Distrito Federal. Considero a experiência extremamente rica quando me reporto à diversidade de setores nos quais aprendi muitas coisas e ensinei várias, também. Sinto-me privilegiada pelos amigos que fiz no Departamento de Polícia Federal em Alagoas, Brasília, Espírito Santo e por tudo que aprendi e ensinei. Sinto-me privilegiada pelos amigos que fiz na Universidade, como estudante, como técnica, como docente UAB”, relembra Madileide.
Um acontecimento que a marcou nesse tempo de Ufal foi quando, aos 17 anos como servidora da Universidade, trabalhou no curso de Comunicação Social, no Núcleo de Pesquisa na companhia dos professores e amigos Pedro Nunes, Aloísio Nunes, Magnólia Rejane e Antônio de Freitas. Sobre eles, ela reflete: “Digo com todas as letras, foram pesquisadores com quem aprendi coisas brilhantes para toda vida”. Também marcou as lembranças da servidora o trabalho na Assessoria de Intercâmbio Internacional, ao lado do professor José Niraldo de Farias. “Foram tempos maravilhosos. Tempos de internacionalização. Organização de muitos eventos. Muito aprendizado técnico e humano. Meu filho, estudante do curso de Odontologia, passou uma temporada trabalhando conosco, hoje formado e trabalhando na área, também têm em Niraldo, um grande amigo”, revelou Madileide.
As lembranças
Na Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, Madileide Duarte trabalhou por duas vezes, uma a convite do professor Niraldo, em 2006 e, de 2013 até hoje. “Este foi o único setor na Ufal que trabalhei por duas vezes, em tempos diferentes. Eventos como o Caiite, SBPC, Seminários de pesquisa Pibiti e Pibic, viagens a trabalho e para apresentação de trabalho foram alguns dos grandes empreendimentos de atividades envolvidas ao longo de minha jornada na Propep”, conta.
Para ela, os outros setores de trabalho e convivência também foram marcantes e asseguraram muito aprendizado, como o Núcleo de desenvolvimento Infantil (NDI), o curso de Biblioteconomia, a Coordenadoria Institucional de Educação a Distância (Cied), o Centro de Educação (Cedu) e a Biblioteca Central.
“Foram várias oportunidades geradas tanto no âmbito da administração como na docência [fora e dentro da Ufal]. Em 2010, a professora Elza Silva, do Cedu, me convidou para compor a equipe de professores do curso de Pedagogia a Distância. Em 2013, o professor Fernando Pimentel, da Cied, me chamou para integrar a equipe de professores do curso de Letras/Espanhol a Distância. Todo este tempo de dedicação traduzo em compromisso com uma Universidade de muita qualidade. Num espaço de trabalho que acredito e que deposito muita esperança para o povo alagoano”.
Um conselho de quem tem muita experiência para os novos servidores? Ela não hesita: “Goste da Universidade. Goste de seu trabalho. Goste de ser servidor público. Desenvolva várias estratégias para que seu trabalho e o trabalho do outro seja da melhor qualidade possível. Aproveite as oportunidades que o qualificarão cada vez mais. Seja feliz. Muito feliz”!