Professor da Ufal integra pela segunda vez expedição à Antártica
Alysson Duarte, do curso de Medicina, está realizando pesquisa sobre microbiologia
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Letícia Sant’Ana - estagiária de Jornalismo
Em outubro deste ano, o professor Alysson Duarte, do curso de Medicina do Campus Arapiraca, integrou a Expedição Brasileira à Antártica: a Operantar 36. O professor está pela segunda vez no continente mais frio do planeta coletando material para uma pesquisa sobre microbiologia.
“Essa é a segunda vez que venho à Antártica e tem um significado especial por estar representando a Ufal. Sou egresso de Ciências Biológicas e realizei o mestrado em Nutrição, trabalhando sempre com Microbiologia. A ida ao ambiente antártico tem uma logística complexa, com a participação da Marinha do Brasil, Força Aérea Brasileira, Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, entre outros”, contou.
O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) iniciou em 1982 e o Brasil é signatário do Tratado da Antártica, o qual indica que essa região é "reserva natural dedicada à ciência e à paz". Alysson Duarte integrou a Expedição Brasileira através do professor Luiz Henrique Rosa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Luiz Rosa é líder nos estudos de Fungos do Ambiente Antártico e tem parceria com o professor da Ufal desde o doutorado.
O professor da Faculdade de Medicina (Famed) foi aluno da graduação em Ciências Biológicas e fez mestrado na Faculdade de Nutrição (Fanut), com conquistas importantes e parcerias junto a um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), onde realizou seu doutorado.
Pesquisa
Fora a baixa temperatura, a Antártica é caracterizada por outras condições ambientais extremas como baixa disponibilidade de nutrientes, alta radiação UV e baixa disponibilidade de água, fazendo com que os microrganismos que sobrevivem neste ambiente apresentem um diferencial metabólico interessante do ponto de vista biotecnológico.
“Nosso trabalho foca em enzimas microbianas com ação em temperaturas baixas, pigmentos com atividade fotoprotetora e atividade antioxidante, e também metabólitos secundários com atividade antimicrobiana. Dentre as aplicações diretas, podemos destacar que as enzimas com atividade em temperaturas baixas podem ser usadas em diferentes processos na indústria de alimentos, principalmente alimentos refrigerados. Os pigmentos com atividade fotoprotetora podem ser empregados em formulações de protetores solares”, explicou. O professor Alysson retornará da expedição na próxima sexta-feira (22).