Cine Ufal Cultural tem sessão inaugural com o filme Xingu

Além do debate, a primeira sessão contou com a presença da tribo indígena Tingui Botó


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Representantes da etnia Tingui Botó do município de Feira Grande em Alagoas, fizeram apresentação de um Toré (Fotos: Thamires Ribeiro)
Representantes da etnia Tingui Botó do município de Feira Grande em Alagoas, fizeram apresentação de um Toré (Fotos: Thamires Ribeiro)

Thamires Ribeiro – estagiária de Jornalismo

Na tarde desta quinta-feira (20), foi realizada a primeira sessão do Cine Ufal Cultural, com exibição e debate acerca do filme Xingu. O evento é uma realização da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) com o intuito de trazer conhecimento para toda a comunidade acadêmica através dessa ação cultural.

Inicialmente, a proposta seria lançada como ação de capacitação para os servidores, mas, como são temas de interesse coletivo, toda a comunidade acadêmica está convidada a participar. O objetivo é que, de acordo com o tema abordado no filme, sejam identificados professores que estudam tal área e possam participar do diálogo a respeito da exibição. A pretensão é que a cada três meses sejam exibidos filmes de diversas temáticas que possam abrir espaço para discussão.

De acordo com o coordenador de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Propep, Faustino Júnior, todos os filmes que serão exibidos nessa ação estão entre os longas disponíveis na Cinemateca do Espaço Cultural. “Foram cedidos 70 filmes pela Ancine [Agência Nacional do Cinema] e, dentre eles, nós escolhemos temas que apresentam uma abordagem cultural, que tragam aprendizado e possam ser discutidos”, declarou. Nesta primeira sessão, o filme escolhido foi Xingu, lançado em 2012, e mostra a trajetória dos irmãos Villas-Bôas e dos índios da região do Xingu, desde os anos 40 até os anos 70, envolvendo a demarcação de terras e os conflitos com proprietários e agentes do governo.

Para mediar o debate, a sessão contou com a presença da professora Michelle Reis de Macedo, do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (Ichca) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Michelle enfatizou a importância dessa ação cultural, principalmente para a comunidade acadêmica: “É muito importante a gente problematizar e perceber que essa é uma questão bastante atual e discutir essa temática num viés histórico, além de trazer para a contemporaneidade”.

A professora também salientou a significativa participação de representantes da etnia Tingui Botó, do município de Feira Grande em Alagoas, que além de participarem do debate sobre a sessão, fizeram também a apresentação de um Toré. Segundo ela, a presença deles é importante para que “percebam que a Ufal está trabalhando a questão deles, abrindo as portas para a participação indígena, para que interajam com a comunidade acadêmica e vice e versa, e que haja um maior conhecimento sobre a cultura, as práticas sociais e a luta política desses povos indígenas, principalmente daqui da região de Alagoas”.

Uyrakytan, índio da comunidade Tingui Botó, demonstrou enorme satisfação: “O mais importante é a gente mostrar para vocês a nossa cultura, que talvez vocês tenham esquecido. Com o convite nós nos sentimos lembrados, porque dificilmente saímos para apresentações. Nos sentimos muito gratos pelo convite, pois é bom ter pessoas que tenham interesse na nossa cultura e pelas nossas causas”, declarou ele.