Curso de capacitação em dançaterapia é finalizado
As aulas aconteciam desde maio para formação de servidores da Universidade
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Thamires Ribeiro – estagiária de Jornalismo
Aconteceu na tarde da última sexta-feira (14) o encerramento do curso de capacitação em dançaterapia. As aulas, que tiveram início dia 26 de maio, foram voltadas para servidores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e aconteciam na Sala de Cuidados Antônio Piranema.
De acordo com a especialista em Biodança e ministrante do curso, Fabrícia Oliveira, a ideia do projeto foi que os servidores vissem na dançaterapia uma forma de trabalharem a si próprios, e terem ferramentas para multiplicá-la em seus ambientes de trabalho. “Muitos funcionários da nossa Instituição entram de licença médica por questões de saúde envolvendo depressão e ansiedade, pois a gente vem de uma cultura de que somos só cabeça, só o racional, e adoecemos porque não temos controle de tudo na vida, na verdade não temos o controle de nada o que acontece, mas podemos racionalizar e organizar algumas coisas da vida. E a dançaterapia ajuda a lidar melhor consigo mesmo, lidando melhor inclusive com as opiniões das outras pessoas, que é uma das grandes dificuldades da universidade como um todo”, afirmou.
As aulas envolveram meditação, alongamentos, expressão corporal e dinâmicas de grupo. Trabalhando dessa forma o respeito, o cuidado, a ética, a concentração e a paciência. “A dança vem como uma forma de expandir, extravasar as sensações ruins e transformá-las em saudáveis. Nesse sentido, os funcionários vão tornar o ambiente de trabalho mais harmonioso, mais tranquilo, vão ter mais criatividade, inclusive para encontrar a solução de problemas”, afirmou a ministrante.
Os servidores formados já poderão repassar seus conhecimentos para outras pessoas, assim como a psicóloga Jennifer Bruna, que com a ajuda dos colegas e das vivências adquiridas no curso, montou um grupo semanal com os usuários do Centro de Atenção Psicossocial (Caps). “Como sou psicóloga eu já tenho um olhar mais cuidadoso, e quando apareceu essa oportunidade de participar dessa formação eu fiquei muito feliz, porque eu vi uma possibilidade de expandir ainda mais esse olhar”, declarou.
Sobre a sua experiência como ministrante do curso no Caps ela contou que “muitas pessoas passam muito tempo da vida sem ter contato com afeto, com um olhar cuidadoso, as vezes tem uma história de vida muito vulnerabilizada, ou em outros casos as famílias não sabem como lidar, e com a dançaterapia existe a possibilidade de trabalhar os sentimentos, as emoções, fazer reflexões com a música, o que facilita muito mais o trabalho”.
A participação dos servidores se revelou muito importante. De acordo com a psicóloga, alguns servidores “andavam muito estressados, passando por situações que não sabiam como lidar, e nessa finalização do curso é nítido que houve uma mudança, inclusive na forma de pensar e olhar mais para a saúde mental”.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o curso não envolve passos de dança ou coreografias, a professora Fabrícia explicou que a dançaterapia tem o intuito de resgatar o movimento expressivo do corpo. “A dançaterapia trabalha a saúde através da dança. Nós não potencializamos a doença, mas sim a saúde. Os movimentos são livres, fazemos exercícios respiratórios, alongamento e utilizamos a criatividade do profissional, tudo em função de melhorar a qualidade de vida”, garantiu.
A especialista citou uma possível parceria entre a Ufal e a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), para que encontros como esses se tornem um curso de extensão com reuniões quinzenais, formando assim um grupo regular para se trabalhar de maneira progressiva e contínua.