Ufal receberá cerca de R$ 4 milhões para instalação de laboratórios na área de Saúde

Projetos apresentados por docentes da Famed e do ICBS foram selecionados pelo Ministério da Saúde

Por Ascom Ufal
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Pesquisadores comemoram a aprovação dos projetos
Pesquisadores comemoram a aprovação dos projetos

Dois projetos de laboratórios de pesquisa da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), um vinculado à Faculdade de Medicina (Famed) e outro ao Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), foram selecionados pelo Ministério da Saúde (MS) para receber cerca de R$ 4 milhões que deverão ser utilizados para instalação e compra de equipamentos.

 “São laboratórios de grande importância, de pesquisa de ponta: um na criação de células-tronco e outro no tratamento de disbiose intestinal, que é responsável por uma série de doenças, a exemplo de diabetes, obesidade, câncer colorretal e doença inflamatória intestinal”, relata o professor da Faculdade de Medicina (Famed) e responsável por um dos projetos, Manoel Álvaro.

O docente, que também é diretor médico do Hospital Universitário, afirma que esses novos equipamentos “serão um divisor de águas” para a pesquisa alagoana na área da saúde. “Vão contribuir para formação de massa crítica, formar mestres, doutores e alunos da graduação. Serão unidades multidisciplinares, envolvendo os cursos de Farmácia, Química, Medicina, Nutrição, entre outros. Estamos muito entusiasmados, pois os laboratórios vão trazer grandes benefícios para Ufal, para o Hospital universitário e para os estudantes”, comemora.

Sobre a elaboração dos projetos selecionados, Álvaro explica que os professores responsáveis pelos laboratórios passaram um ano preparando o material. “Professor Marcelo Duzzioni [ICBS], eu e uma equipe de docentes elaboramos os projetos dos laboratórios e submetemos ao crivo do Ministério da Saúde. Dentre tantos apresentados, os dois da Ufal foram premiados pela qualidade e pelo que pode vir a transformar em termos de pesquisa”, destaca.

Ao falar sobre a importância da conquista para a instituição, Álvaro diz que, “os laboratórios têm a preocupação de tornar a Ufal um polo de pesquisa de ponta no Nordeste e no Brasil”. E reforça: “Serão implantados com o intuito de fazer com que a universidade venha a participar de mais projetos que agreguem valor à própria estrutura de pesquisa da instituição. E é isto que todos devem pensar: trazer valor à Ufal, pensar em política de ciência, agregar o social à pesquisa”.

A reitora Valéria Correia, que recebeu os pesquisadores na última sexta-feira (16), no gabinete, comemorou a conquista. "Parabenizamos nossos pesquisadores pela dedicação em produzir conhecimento científico de relevância acadêmica e social e pelos esforços na captação de recursos. Esses laboratórios vão fortalecer a pesquisa no Hospital Universitário e na Ufal", destacou a reitora.

Saiba mais sobre os projetos selecionados

Vinculado à Faculdade de Medicina (Famed), o projeto Estruturação e implantação do banco de fezes no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes para o transplante de microbiota intestinal, de acordo com o professor Manoel Álvaro, “vai agregar a descoberta de metabólitos que têm no intestino e, através da espectrometria de massa, estudar o DNA do que tem dentro de nós”.

O docente, que é doutor em medicina na área de cirurgia do aparelho digestivo, explica que as pessoas com obesidade mórbida apresentam um desequilíbrio da flora intestinal e que as atividades do laboratório contribuirão para estudar essa realidade. “Vamos descobrir o que está faltando dentro daquela flora. Com um doador que possui o que falta, podemos transplantar para o paciente e ele deixar de ser obeso. Paciente diabético do mesmo modo”, exemplifica.

Ele também indica os estudos com tumores malignos: “Outro fato também é que trabalharemos com o câncer colorretal, que também é um desequilíbrio da flora intestinal, e o transplante no laboratório tem o propósito de curar ou então de descobrir quais os desequilíbrios que existem nessa flora”, afirma.

Segundo Álvaro, “o Brasil, hoje, gasta cerca de R$ 3 bilhões com drogas de alto custo. Com o transplante de microbiota, que é bem mais barato, melhora-se a qualidade de vida do paciente e, quiçá, trazer até a cura do paciente”.

Laboratório para estudos com células-tronco

Já o projeto selecionado Investigação de novas estratégias para o tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): estudos com células-tronco e modelos animais, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), “tem a proposta de buscar novos fármacos numa alternativa ao que existe hoje no tratamento da ELA, tanto de origem animal ou que passarão a ser sintetizados por parceiros, membros da equipe no Brasil e fora do país”, explica o professor Marcelo Duzzioni, doutor em farmacologia e um dos responsáveis pela proposta do laboratório.

Ele conta que o projeto conta com parceiros de instituições estrangeiras sediadas na Coreia do Sul e nos Estados Unidos. “São pesquisadores que já trabalham com o tema, em especial, com a química farmacêutica. Eles desenvolvem esses fármacos e nos criaremos os modelos experimentais para que eles possam testar aqui esses fármacos”, esclarece.

 

 

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