Ufal participa de projeto visando tratamento intestinal de crianças
Técnico de laboratório colabora com análises por ressonância magnética para pesquisa de parceria internacional
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Thamires Ribeiro – estagiária de Jornalismo
Após fazer doutorado sanduíche em Londres, Adilson Sabino, técnico-administrativo do Núcleo de Análise e Pesquisa em Ressonância Magnética Nuclear (NAPRMN) da Universidade Federal de Alagoas, iniciou sua participação no projeto Fenotipagem da jornada do paciente com doença crítica em pediatria: Identificar biomarcadores, diagnósticos e estratificadores de lesão intestinal e desequilíbrio da homeostase. O trabalho é uma parceria entre as universidades Imperial College London e Cambridge, da Inglaterra.
De acordo com o técnico, o projeto envolve o estudo da flora intestinal de crianças criticamente doentes, e tem como objetivo a obtenção de um painel com o perfil metabólico dos biofluidos (fezes, urina e sangue) desses pacientes, utilizando a ressonância como ferramenta. E com os dados obtidos, os pacientes são direcionados a um tratamento mais adequado, incluindo o uso de probióticos e alimentação personalizada.
“Espera-se obter um painel com o perfil metabólico e microbiano nas amostras biológicas de crianças, que podem identificar biomarcadores da saúde intestinal e ajudar a identificar pacientes que necessitam de suporte metabólico e nutricional direcionado, melhorando a recuperação geral da falha de órgãos e diminuindo o risco de mortalidade”, explicou o técnico.
O grupo faz análises por RMN e Cromatografia Líquida acoplada a Espectrometria de Massas (CL-EM) das amostras biológicas em série e dados clínicos abrangentes de um grupo de crianças criticamente doentes, dos hospitais de Cambridge e Imperial College; e saudáveis, pareados com a idade. É feita, também, uma análise para identificar a diversidade microbiana intestinal desses pacientes.
O técnico explica que “o dano ao revestimento da mucosa intestinal em doenças graves, leva à translocação de bactérias ou seus fragmentos para a circulação sanguínea, e pode contribuir para inflamação sistêmica, sepse, falência multiorgânica e até morte”. Por isso, a identificação precoce e a intervenção para o tratamento podem melhorar os resultados de doenças críticas.
Em Londres, Adilson realizou o preparo e extração dos metabólitos das amostras biológicas para análise. Ele afirma que o fato de ser operador do equipamento de RMN na Ufal fez com que os idealizadores o propusessem a participação no projeto. Por isso, aqui no NAPRMN, ele recebe os dados de ressonância magnética e faz as análises estatísticas multivariadas para a identificação dos biomarcadores.
Rodrigues destacou ainda os esforços da Gestão da Ufal para instalar e fazer a manutenção dos equipamentos de Ressonância Magnética Nuclear da Universidade. “Recentemente foi instalado um equipamento de Ressonância Magnética de 600 MHz no IQB, e com esse equipamento será possível desenvolver projetos usando a RMN como ferramenta de diagnóstico e prognóstico de diversas doenças, e também, manter parcerias com pesquisadores destas universidades, podendo ajudar na aprovação de projetos futuros, tanto na esfera nacional como internacional”, enfatizou.