Professores da Ufal recebem Comenda Tia Marcelina
Homenagem da Câmara de Vereadores foi em referência às pesquisas sobre cultura afro-alagoana
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Os professores Bruno Cesar Cavalcanti e Rachel Rocha de Almeida Barros, do Instituto de Ciências Sociais da Ufal, se tornaram comendadores da cidade de Maceió. A cerimônia de posse ocorreu na última quainta-feira (25), na Câmara de Vereadores da cidade. Os professores foram premiados com a medalha Tia Marcelina, outorgada a pesquisadores que investigam ações relacionadas à valorização do legado afro-alagoano.
Também receberam a Comenda Tia Marcelina padre e professor Manoel Henrique Santana, a compositora Mãe Vera, o juiz José Cícero Alves, a obstetra Aurelita Pimentel, a Força Expedicionária Brasileira e a Cruz Vermelha.
Tia Marcelina, que deu nome à medalha foi uma ex-escrava áfrica de Janga, Angola, descendente de Quilombo dos Palmares e da família real africana, que ajudou a fundar o Xangô no Brasil.
“Nós temos uma organização muito tardia, o que se deu pela falta de valorização da nossa história e o profundo desconhecimento da mesma. Eu atribuo essa honraria à Universidade, que foi a primeira a implantar o sistema de cotas no Brasil e que produz tantas pesquisas sobre nosso povo, já que a história de negros é contada a base da memória coletiva e temos poucas informações documentais”, disse o professor Bruno em entrevista durante a sessão, iniciativa do vereador Cléber Costa.
Sobre os homenageados da Ufal
Bruno é doutorando em Etnologia e Antropologia Social pela EHESS, na França. É professor da Universidade Federal de Alagoas desde 1986 e participou da história de construção do ICS. É membro co-fundador do Laboratório da Cidade e do Contemporâneo (LACC) e entre os temas de interesse estão os eventos festivos de massa, os usos e as representações sociais psicoativos e as culturas populares.
Cavalcanti atuou em projetos do Sebrae em cooperação técnica da Ufal sobre economia e cultura. É coautor das pesquisas e dos textos que resultaram em trabalhos publicados como: Caderno de Instruções do Bordado Filé (2016), Indicações Geográficas Brasileiras - artesanato (2016), Iconografia Alagoana (2011) e Mapeamento Cultural. Cidades Históricas de Marechal Deodoro, Penedo e Piranhas: caminhos turísticos de Alagoas (2009). O professor também é autor de artigos acadêmicos e de matérias para revistas e jornais abordando, entre outros, temas como cultura e mercado, cultura popular e artesanato, carnaval, bumba-meu-boi, maracatu e o bordado filé. Organizou e co-organizou livros e coordenou, de 2011 a 20015, o Mugunzá Cultural, programação mensal de atividades de extensão da Universidade Federal de Alagoas que consistiu na série de conferências abertas ao público em torno das culturas populares de Alagoas, no Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore.
A professora Rachel Rocha também participou da história de construção do Instituto de Ciências Sociais e atua na Universidade Federal de Alagoas desde 1996. É doutora em Antropologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS, 2007) de Paris e atua como professora efetiva no ICS, onde leciona, mantém atividades de pesquisa, extensão e orientação a estudantes de graduação e de pós-graduação e coordena o Laboratório da Cidade e do Contemporâneo (LACC). Sua principal área de interesse é a Antropologia do Contemporâneo; nesta perspectiva, trabalha com Memória e Identidade Cultural, Patrimônio Imaterial e Processos de Patrimonialização (registros de bens imateriais e Indicações geográficas) e cultura Afro-Brasileira. Incluem-se nesse rol de interesses e de atuação as áreas da história e da cultura de Alagoas. Desde 2009 realiza traduções, do francês para o português, de obras na área das Ciências Sociais junto à Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal). Já foi diretora do ICS e vice-reitora da Ufal.