Progep promove seminário de prevenção e enfrentamento do assédio moral
Evento aconteceu na manhã desta quinta-feira (29) e contou com a experiência do MPT no assunto
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Desmotivação, isolamento, ansiedade, pânico e depressão: esses são apenas alguns dos problemas que podem ser causados por situações de assédio moral, sexual e discriminação no ambiente de trabalho. A Gestão da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por meio da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho (Progep), tem buscado meio de coibir esses episódios e promover um ambiente de acolhimento e segurança para as vítimas.
Como parte dessas iniciativas, na manhã de ontem (29), o seminário Práticas Preventivas de Gestão de Pessoas ao Assédio Moral foi promovido pela Progep em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MTP). No evento, que aconteceu na Sala dos Conselhos Superiores, o representante da Procuradoria Regional do Trabalho da 19ª Região (PRT19) na comissão, José Moraes falou sobre o tema e compartilhou experiências exitosas do MPT.
“Só quem convive com alguém que passa pelo processo de adoecimento provocado pelo assédio moral sabe a gravidade do problema. Mas ele não atinge apenas o assediado: a instituição, que perde um servidor por um motivo estúpido, por algo perfeitamente possível de prevenir também sai prejudicada”, afirmou José Moraes.
De acordo com o servidor, as denúncias nem sempre chegam pelos meios formais. Para ele, é necessário abrir outros canais para a comunicação de problemas, para além da ouvidoria. “Nossa assessoria de comunicação ajuda em campanhas de conscientização, incluímos perguntas sobre o clima organizacional nos exames periódicos. Enfim, abrimos outros espaços para que as pessoas se sintam mais à vontade para expor suas questões”.
Além de acolher as denúncias, mediar conflitos e aplicar medidas disciplinares, o MPT tem implementado medidas que melhoram a qualidade de vida no trabalho, como homenagens por tempo de serviço. “São medidas simples, mas que podem mudar o nível de satisfação dos trabalhadores”, explicou Moraes.
“A vítima não quer ser vítima. Isso significa que, muitas vezes, ela não vai denunciar para não carregar esse estigma. Mas isso também significa que, em tantos outros casos, ela não vai se perceber como vítima ou vai entender que provocou a situação”, complementou.
Após a apresentação, foi aberto um espaço para os participantes tirarem dúvidas e compartilharem suas experiências. No momento, alguns servidores expuseram problemas que já tiveram e fizeram perguntas sobre casos particulares. Outros elogiaram a iniciativa e fizeram sugestões.
Georgina Bomfim, servidora da Ouvidoria, falou sobre a os procedimentos adotados pelo órgão após o recebimento de denúncias. Segundo ela, ainda há subnotificação, mas os números vêm crescendo a cada ano. “De todas as vezes que a Ouvidoria foi acionada ao longo deste ano, apenas cinco casos eram denúncias de assédio. Obviamente, existe uma subnotificação. Em que pese essa realidade, nossa quantidade de notificações é crescente. As pessoas precisam estar devidamente empoderadas para denunciar”, explicou. De acordo com servidora, em 2019 foram feitas 5 denúncias; em 2018, 3; em 2017 também 3 e em 2016, apenas 2.
Combate ao Assédio como Política Institucional
A Coordenação de Qualidade de Vida no Trabalho (CQVT/Progep) tem implementado medidas semelhantes na Universidade para lidar com a questão. No ano passado, foi lançada uma cartilha sobre o tema e seminários periódicos têm sido realizados para ajudar os servidores a lidar com essas questões.
Mas a Universidade quer mais: de acordo com a reitora, Valéria Correia, o combate ao assédio moral, sexual e à discriminação tem sido uma das prioridades de sua gestão e uma política institucional para prevenção e coibição dessas práticas será apresentada ao Conselho Universitário (Consuni) em breve.
“Nossa Gestão assumiu como uma das prioridades criar uma política de combate ao assédio moral e a CQVT vem desenvolvendo um trabalho, por meio de uma comissão e de subcomissões por campi, o que mostra o nosso compromisso com essa questão que, muitas vezes, é tratada apenas tangencialmente. Passaremos pelo Consuni a minuta desta política para que os conselheiros apreciem e para que esse seja mais um legado da nossa Gestão”, afirmou a reitora.
“Gostaria de agradecer ao José pela participação. Nossa comissão tem de 8 a 10 pessoas e nós repassaremos as sugestões apresentadas aqui. Em breve, os Conselheiros da Universidade apreciarão a minuta discutida e elaborada pela comissão de combate ao assédio moral. Nosso intuito é de firmar isso como uma política institucional e não como de gestão”, explicou Valéria Coelho, coordenadora da CQVT.