Reitora apresentou situação financeira da Ufal a diretores de campi e unidades

Na reunião, foram discutidas medidas emergenciais para a Universidade

Por Izadora Garcia - relações públicas
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Na tarde de ontem (4), a reitora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Valéria Correia, se reuniu com diretores dos Campi Arapiraca e do Sertão, das unidades de ensino e das 23 unidades acadêmicas para apresentar a atual situação orçamentária da Instituição.

Na ocasião, a reitora apresentou medidas já adotadas ao longo do ano para minimizar os impactos do bloqueio. Também, apresentou aos diretores outras sugestões de medidas emergências. Dentre as ações sugeridas estão a racionalização de salas no período noturno, a proibição do uso de aparelhos de ar-condicionado, a redução do horário de funcionamento e a restrição do uso dos Restaurantes Universitários somente aos estudantes.

Considerando as especificidades de cada unidade, foi deliberado pelos diretores que a reitoria vai encaminhar as sugestões emergências e os diretores informarão à Gestão quais medidas irão adotar no âmbito da universidade.

Entretanto, a reitora afirmou que somente o desbloqueio seria suficiente para garantir a manutenção das atividades, a longo prazo. Os diretores foram solidários à situação e se demonstraram consternados pela situação das universidades federais, em especial da Ufal.

“Muita gente começou as falas com ‘somos contra o fechamento da Universidade’. Nós somos, sobretudo, contra o fechamento. O que é dito na nota é que, caso não haja o desbloqueio, serviços essenciais ao funcionamento da Universidade poderão ser descontinuados”, explicou Aruã Lima, chefe de gabinete.

“É importante frisar aqui que se essa Universidade parar é porque está sendo fechada pelo Governo Federal, não é uma decisão nossa”, complementou Joelma Albuquerque, pró-reitora de Extensão.

Os diretores se prontificaram a realizar uma assembleia geral descentralizada por unidade, no retorno do recesso, para discutir com seus membros a situação da Ufal. Além disso, foi consensuada a criação de um Grupo de Trabalho (GT) coordenado pelo Fórum de Diretores para construir um documento que mostre à sociedade os impactos das atividades de ensino, pesquisa e extensão por área de conhecimento. Muitos expuseram suas análises sobre a situação.

Eu, particularmente, estou na Universidade há muito tempo, já presenciei tempos muito difíceis, mas acho que a realidade que o Brasil vive hoje, das universidades brasileiras, é a mais complicada. Acho que a Gestão fez o que era para ser feito e também acho que as medidas emergenciais são necessárias, e que a gente vai resistir até onde for possível”, analisou Reivan Marinho, da Faculdade de Serviço Social (FSSO).

E complementou “Mas é fato que os nossos sindicatos precisam nos representar [os três segmentos] neste momento, fazendo a defesa da manutenção da Universidade, da ciência e do conhecimento. Os sindicatos precisam se sensibilizar e levar a cabo do porquê eles existem: a luta pela educação brasileira, pública. E eu sinto que eles não estejam fazendo isso, neste momento. Agora é o momento do limite e da resistência”.

Outras ações marcam a busca de soluções para a situação 

Na manhã de hoje (5), a Sessão Extraordinária do Consuni também teve como pauta a situação financeira da Universidade.

No próximo dia 17 de setembro, Valéria Correia terá uma audiência com o Ministro da Educação. A audiência é resultado de solicitação realizada no dia 23 de agosto, quando a reitora enviou ao MEC a situação orçamentária da Universidade.