Professor do Campus Arapiraca está na seleção alagoana de Kung Fu

Equipe estadual participará do 31º Campeonato Brasileiro que aconetece de 8 a 12 de dezembro

Por Diana Monteiro – jornalista
- Atualizado em

Ser selecionado para integrar a equipe que representará Alagoas no 31º Campeonato Brasileiro de Kung Fu é, para o professor Marcelo Karloni, motivo de muita comemoração. Docente do curso de Arquitetura e Urbanismo do Campus Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas, Marcelo é praticante da arte marcial desde 2016 e aluno da rede conhecida como Lung Fu de escolas de Kung Fu. Essa rede possui 12 unidades no Brasil e uma unidade em Mendonza, na Argentina. A convocação dele foi feita pela Federação Alagoana de Kung Fu, durante campeonato estadual, cujo evento, realizado anualmente, também tem como finalidade a escolha da equipe local para a disputa nacional.

Marcelo iniciou a prática de Kung Fu há cinco anos, mas no decorrer deste tempo, enfrentou interrupção de treino, por falta de escola para o estilo que se identifica na citada arte marcial. “O estilo que pratico desde 2016 no Kung Fu é estilo Choy Lay Fut [pronuncia-se Choi li fá]. Tive uma interrupção no treino, pois precisei mudar de cidade e quando voltei para Arapiraca, onde moro atualmente, não tinha escola do meu estilo. Só em 2020 é que a cidade abriu uma escola de kung fu - Lung Fu e, daí, retomei meus treinos. A escola de Arapiraca tem como instrutor Reginaldo Santos, excelente por sinal, de muita competência. No campeonato estadual, obtive dois terceiros lugares em duas categorias, o que abriu a possibilidade de representar o estado de Alagoas. É a primeira vez que integro a equipe alagoana e, para mim, é uma honra e uma experiência inesquecível”, comemorou.

Natural da cidade de Natal-RN, Marcelo ingressou como docente do Campus Arapiraca, o primeiro da interiorização da Ufal, em 2012 e disse que foi sempre amante da arte marcial Kung Fu estilo Choy Lay Fut. “Eu já treinei judô por três anos e karatê, mas parece que é a arte que escolhe você. Amo demais judô e outras artes marciais, mas com o Kung Fu é especial minha ligação, especialmente, o estilo que pratico”, disse.

Segundo Karloni, o Kung Fu tem mais de 350 estilos diferentes. Isso, às vezes, ocasiona tipo de situação, quando se muda de cidade, mesmo havendo escola de Kung Fu, frequentemente é um estilo diferente.

Arte milenar

O 31º Campeonato Brasileiro de Kung Fu acontecerá de 8 a 12 de dezembro deste ano, em Brasília, e contará com equipes representantes de todos os estados do país. Sobre a arte marcial milenar Kung Fu, Karloni diz que há registros da sua prática na China que datam de 2.674 A.C. Em sua tradução mais simples, ele explica que é uma prática que surge também da observação dos movimentos dos animais. O estilo o Choy Lay Fut que pratica, segundo Marcelo, tem por base de seus movimentos cinco animais: Tigre, Pantera, Serpente, Garça e Dragão. Esse estilo, originado do sul da China, é atualmente um dos mais populares no mundo, tem alto grau de eficiência em combate e é excelente para defesa pessoal.

Sobre os benefícios da prática do Kung Fu, Karloni complementa: “Ultrapassam a questão dos aspectos físicos como melhora da circulação, flexibilidade, entre outros e de defesa pessoal. Com a prática constante você desenvolve autoconfiança, estima, além de combater a depressão. Também auxilia na concentração em qualquer atividade e para desenvolver aspectos como resiliência, redução da ansiedade, dentre outros benefícios ainda não mapeados”.

Aproveita para dizer que, na experiência dele, o Kung Fu, além da realização de um sonho, é um marco divisório. “Eu não tenho palavras pra descrever a gratidão que tenho por ter encontrado essa arte marcial tão linda. Eu diria que praticar Kung Fu é assumir uma postura não reativa diante da vida. Enfim...sem palavras”, descreveu.

Como estímulo relacionado aos benefícios que a arte marcial proporciona ao ser humano, Karloni diz que a prática do Kung Fu é recomendada para todas as idades, de crianças a idosos: “Nunca é tarde pra começar Kung Fu. Aqueles que pararam por algum motivo, eu digo por experiência própria, voltem. É difícil o retorno, mas eu garanto que vale a pena. A prática de Kung Fu ou qualquer outra atividade física, principalmente as artes marciais, é muito mais do que o aprendizado de uma técnica de luta, que é na minha experiência um estilo de vida. Pratique Kung Fu e experimente uma perspectiva diferente de vida.”

Vida acadêmica

Internacionalmente, o Kung Fu tem por grão-mestre, Tat Mau Wong, considerado um dos 100 artistas marciais mais influentes do mundo.Nacionalmente, Sifu (mestre) José Balestrini, que também coordena a rede de escolas Lung Fu, fundada em Natal-RN e de lá se espalhou pelo Brasil.Sihing (irmão mais velho - instrutor chefe) Reginaldo Santos é responsável pela Lung Fu Arapiraca.

Segundo o professor Karloni, cada unidade da rede -são doze no Brasil-, tem um grupo de instrutores responsáveis que segue orientação e ensinamento do Sifu Balestrini.

Mestre em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e doutor em Dinâmicas Territoriais do Desenvolvimento e Regionalizações, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marcelo Karloni é docente da Ufal, no curso de Arquitetura e Urbanismo, das disciplinas de Planejamento Regional e Urbano e as Atividades Curriculares de Extensão.

Em sua dinâmica vida acadêmica é também membro do Grupo de Estudos e Pesquisa Urbanismo, Sociedade e Espaço (GPUS), onde coordena projetos de extensão, sobretudo nas comunidades de periferia de Arapiraca. E como não poderia ser diferente, nessa conexão direta da academia com a sociedade, diz ter planos, também, para levar a prática de Kung Fu para o público-alvo das atividades de extensão em andamento no grupo de estudos.