Direito, Filosofia e Poesia: a história de Moezio de Vasconcellos na Ufal

Em 41 anos de docência, Moezio de Vasconcellos contribuiu para a formação de milhares de jovens

Por Izadora Garcia - relações públicas
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Em maio deste ano, Moezio de Vasconcellos Costa Santos, um dos decanos da Faculdade de Direito de Alagoas (FDA), completará 47 anos de serviço na Universidade Federal de Alagoas. A carreira como funcionário público teve início em 1974 com o cargo de amanuense, fazendo cópias, registros e entregando correspondências. Após seis anos na função, hoje extinta, tornou-se docente substituto e, posteriormente, efetivo, acompanhando o desenvolvimento da maior instituição de ensino superior do estado de Alagoas.

A história do eloquente professor com a Ufal não se resume ao trabalho: Moezio é bacharel em Direito e em Filosofia com Licenciatura Plena, com ambas as graduações concluídas na Universidade. Sobre a contribuição da instituição para a sua área, ele é categórico. “A Ufal tem um papel de muito destaque no direito, desde 1933, quando foi criado o curso em Alagoas. Isso imprimiu grandes impactos, ao evitar que os mais aquinhoados [mais favorecidos] fossem estudar em Recife, Salvador e Rio de Janeiro”, relembra.

Para o professor, que já participou da formação de milhares de jovens, a educação é o maior bem que alguém pode conquistar e, por isso, ele se orgulha do que faz. “Tenho pautado a minha experiência levando educação intelectual à juventude do meu estado porque a educação é um dom que não se perde, dote que não se gasta e dádiva que não se limita”, versa.

Sobre momentos marcantes de sua trajetória na Ufal, o professor elenca dois fatos: ter recebido o 1º lugar em poesia no Prêmio Ufal de Monografia, Conto e Poesia, ainda enquanto escriturário, em 1976, e ter conhecido pessoalmente, em 1979, Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, o eminente jurista alagoano, que detém o título de doutor Honoris Causa concedido pela Universidade.

Mas seus reconhecimentos como ilustre cidadão alagoano ultrapassam os muros da Universidade. Moezio ocupa a décima cadeira da Academia Penedense de Letras, Artes, Cultura e Ciências. A cidade onde nasceu está presente também em seus estudos. “Ainda na década de 80, iniciei uma pesquisa sobre o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional presente em Penedo”, explicou. Como fruto do trabalho, nasceu o livro “Penedo: patrimônio e história – 100 anos da caminhada de sua diocese”, uma publicação de 570 páginas, ilustrada com fotografias.

Mesmo já tendo adquirido o direito à aposentadoria, o professor continua com uma rotina intensa de atividades de trabalho. “Hoje, quarta-feira, é um dos dias mais dedicados à Universidade: de 8 às 10h, estou à disposição do Escritório Modelo de Assistência Judiciária. De 10h20 às 12h20 ministro aula de Filosofia do Direito 1 e de 15h20 às 17h10 ministro aulas de Legislação do Petróleo, no curso de Engenharia do Petróleo. Creio que estou cumprindo meu dever como docente, orientador e mestre”, afirma orgulhoso.