Sou 60: professor Walter Matias comemora sucesso acadêmico junto com a Ufal
Após 28 anos na Universidade, ele avalia com orgulho sua trajetória
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Ele foi o primeiro de uma família de sete filhos. Aprendeu a ler com a tia e aos 14 anos teve que conciliar a escola com o trabalho, quando teve que ajudar com as despesas de casa. Para o professor Walter Matias, hoje titular do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas, se manter na escola e trabalhar desde então foram situações desafiadoras e constantes.
Finalizado o Ensino Médio com 21 anos, ele cursou a graduação em Filosofia na Faculdade Federal de Pernambuco. Lá, ele foi aluno de Ariano Suassuna, e deu aulas de Literatura para o Ensino Médio. Ao concluir a graduação, passou num concurso em Rondônia, mas voltou à Recife para fazer o mestrado em Filosofia. Segundo ele, foram anos de "aprendizado e pesquisa intensa”.
Entre o mestrado e o doutorado, ele foi aprovado no concurso da Universidade Federal de Alagoas para trabalhar no Departamento de Filosofia. “Comecei na Ufal em outubro de 1994. Fui aprovado em concurso para o antigo Departamento de Filosofia, à época, CHLA. Dava aulas no curso de Filosofia e em diversos cursos, como Comunicação Social, Letras, Psicologia, História, Biologia, entre outros, numa época que havia a disciplina Introdução à Filosofia. Ou a disciplina Estética, no curso de Arquitetura e Urbanismo”, conta.
“Ainda nos anos 1990, comecei com pesquisa em iniciação Científica, o que me levou ao doutorado, que realizei na Unicamp, em Filosofia e Educação. Trabalhar na Ufal foi uma opção acertada. Vim de Recife, onde realizei graduação e mestrado e, concursado pela Ufal, minha vida acadêmica tomou o rumo das atividades em diversas dimensões”, afirma o professor.
Em 2011, após uma vacância no Centro de Educação e a realização do estágio pós-doutoral, ele pediu remoção para o Centro de Educação. “Hoje, continuo exercendo as atividades de ensino e pesquisa, que formaram o caminho melhor trilhado por mim, embora tenha exercido atividades administrativas, como coordenador de curso de graduação e, já na contemporaneidade coordenação de pós-graduação”, diz.
“A Ufal me proporcionou todas as chances para a vida acadêmica, desde o exercício da docência, como as atividades de pesquisa e extensão, bem como administrativas. Nesses 28 anos de Ufal e, agora, com 60 anos, posso dizer que profissionalmente construí meu lugar e me dediquei a esta instituição que cresce a cada dia”, afirma ele.
Após ter passado por diversos setores e gestões, ele é um professor muito conhecido e reconhecido por estudantes e profissionais de diversos cursos. “Nunca deixei de fazer críticas ao ambiente universitário, mas sei valorizar as grandes realizações da Ufal, que, aliás, hoje possui um ambiente mais salutar de trabalho, no sentido em que podemos tecer melhores rotas de ações para a produção intelectual de todos nós, servidores públicos.
Como lugar das diversidades, a Universidade é um âmbito de contradições, convergências e divergências, o que é seu fluxo normal e aprender a lidar com esse ritmo é um desafio diuturno. Me orgulho em saber que faço parte desse fluxo, com 28 anos de atividades, na medida em que essa trajetória implicou aprender com as contradições sociais e políticas que traduzem o ambiente universitário, bem como toda a sociedade”, conclui.