Dedicação exclusiva à Ufal faz parte da trajetória da professora Verônica Robalinho

Ela inspirou muitos alunos e foi considerada um modelo a ser seguido na profissão e na vida

Por Izadora Nascimento – relações públicas
- Atualizado em

A dedicação exclusiva e a entrega à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ufal marcaram os 38 anos de trabalho da professora Verônica Robalinho Cavalcanti, hoje aposentada. Em sua passagem pela Universidade Federal de Alagoas, se envolveu plenamente em todas as atividades que um docente pode vivenciar: ensinou, pesquisou e realizou atividades de extensão. Foi diretora e coordenadora FAU, onde participou de momentos importantes, como a implementação da pós-graduação e reformulação curricular.

Mas, principalmente, influenciou e impulsionou a carreira dos incontáveis estudantes que a tiveram como um modelo a seguir na profissão e na vida. “A professora Verônica é um exemplo e uma inspiração para todos nós. Fui aluna dela e a admiro muito”, afirmou Morgana Duarte, atual diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.

A vida profissional de Verônica na Ufal teve início em 1980, ao ingressar na instituição por concurso público, junto ao seu marido, o também arquiteto e professor Geraldo Majela Gaudêncio. Eles se conheceram durante o mestrado em Planejamento Urbano e Regional na UFRJ e de lá para cá, sempre juntos, construíram uma sólida e respeitada carreira e uma bela família.

“Eu ingressei na Ufal por concurso público em 1980. Anterior a isso, após a minha formatura como arquiteta urbanista em Pernambuco, eu fui para o Rio de Janeiro onde trabalhei como arquiteta paisagista. Ao terminar o mestrado por lá, eu e meu esposo decidimos prestar concurso e vir dedicar nossa vida no Nordeste. Esse foi um projeto coletivo em que nós saímos do Rio e viemos para a Ufal”, explicou.

E, assim, o projeto de vida se tornou um projeto de dedicação exclusiva à instituição. Muitos alunos tomaram Verônica como referência e passaram a cogitar a docência como carreira devido ao seu marcante papel em suas formações. É o caso da professora Viviane Costa, atual coordenadora de Desenvolvimento de Pessoal da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho (Progep).

“A professora Verônica é um belo referencial de competência e inteligência. Convivo com ela desde meu primeiro ano, como bolsista de iniciação científica, e, até hoje, desenvolvemos pesquisas juntas. Verônica é uma fonte de referências sobre a cidade de Maceió. Muitas vezes, conversei com ela sobre minhas pesquisas e ela, brilhantemente, me apontava caminhos metodológicos a seguir e fontes a pesquisar”, relembrou Viviane.

Atualmente, Viviane, Verônica e Geraldo participam de uma pesquisa nacional sobre a urbanização brasileira no século 19.

Em seus anos de trabalho, Verônica pôde acompanhar o crescimento da Ufal, além de sua capilarização para os municípios do interior, o que a docente considera um dos grandes impactos da instituição no desenvolvimento do estado. “Ao promover a interiorização de suas atividades, a Ufal promove também um desenvolvimento mais igualitário, ao permitir que cidadãos que não teriam como se mudar para Maceió tenham acesso à educação superior”, afirmou.

Segundo Verônica, a importância da Ufal não se restringe aos alunos que forma. Para ela, muito do que é pensado e discutido dentro da Universidade se expande para a sociedade, tanto por meio das atividades diretamente promovidas pela instituição quanto pelo histórico engajamento de professores e estudantes na vida política do estado, cobrando soluções para problemas cotidianos.

“Por exemplo, nós, estudantes e professores da Arquitetura e da Engenharia, saímos no bloco [de carnaval] Urubus do Salgadinho para chamar a atenção da sociedade para o problema da poluição e da inadequação sanitária do Riacho Salgadinho da cidade de Maceió”, relembrou.

Verônica acredita que ações promovidas pela Ufal como a Bienal Internacional do Livro e festivais de música também são legados para a cultura alagoana. “São atividades que saem da Universidade e transbordam para a sociedade, tornando o ambiente propício para o desenvolvimento das artes e da cultura”, avaliou.

Sobre a importância da Ufal para a arquitetura e urbanismo no estado de Alagoas, a docente entende que, para além da formação, a Ufal tem representado uma voz importante em fóruns estaduais e municipais.

Atualmente, Verônica além de se dedicar à pesquisa nacional da urbanização no século 19, também está envolvida em um projeto pessoal da filha, Luísa, ajudando com mudas para reflorestamento em uma atividade relacionada ao equilíbrio ambiental. Ela também pretende continuar colaborando com a FAU em projetos específicos.

Além disso, tem voltado suas atenções para a jardinagem e paisagismo, paixões do início da carreira, no Rio de Janeiro. “Tenho me aprofundado nessa questão, do ponto de vista de reservar um espaço de cuidar da vegetação e não só do micro, mas também pensando um pouco mais no macro”, explicou.

Durante a pandemia, afastada dos colegas e amigos pela necessidade de manter o distanciamento social, a professora tem dedicado parte do seu tempo a práticas que ajudem a manter a saúde física e mental. “Diariamente, pratico Ritos Tibetanos, um tipo de meditação dinâmica que faço há uns anos e que tem sido benéfica para a saúde”, além disso, recentemente, a professora passou a estudar a alimentação vegetariana.

Muito ligada à família, a professora também participa ativamente, junto com o marido, da infância das netas. “Não posso deixar de salientar o quanto estou envolvida no projeto de acompanhar o crescimento de minhas netas. Acho que essa interação familiar e amorosidade são fundamentais, principalmente, neste momento de isolamento, que tem sido tão penoso e prolongado, no qual aguardamos a possibilidade de ter um contato social mais intenso com amigos e colegas, relacionamentos que se encontram praticamente interrompidos desde o início da pandemia”, finalizou.