Professor do Igdema lança livro sobre Configuração Espacial de Alagoas

Obra é resultado de pesquisa de Paulo Rogério de Freitas durante o pós-doutorado

Por Jacqueline Freire – jornalista
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Lançado em fevereiro deste ano, o livro Configuração Espacial de Alagoas, de autoria do professor Paulo Rogério de Freitas Silva, é resultado de uma pesquisa desenvolvida ao longo do estágio de pós-doutorado realizado no programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, entre os anos de 2019 e 2020. A obra foi editada com recursos próprios e pode ser acessada gratuitamente neste link.

Segundo Freitas, que é docente do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Alagoas (Igdema) da Ufal, a ideia inicial de escrever ocorreu a partir de suas inquietações como professor da disciplina Geografia Regional. “O que almejamos é tornar mais acessível e didático esses temas para os alunos dos cursos de Geografia, que busquem compreender Alagoas, por meio da Ciência Geográfica, com seus conceitos, categorias de análise, métodos e metodologias próprias, apresentando Alagoas”, explicou.

Ele destaca que o desenho de Alagoas, isto é, a sua configuração no contexto regional nordestino e brasileiro é apresentado por alguns autores como de uma forma aproximada de um “triângulo retângulo” da forma de uma “borboleta” grosseiramente esboçada, semelhante a uma “borboleta de asas abertas”, assim como em forma de uma pistola.

O estado é atualmente territorializado por 102 municípios, com seus distritos, cidades, vilas e povoados, assim como zonas rurais, exibindo outras sobreposições regionais e territoriais, representadas por reservas indígenas, áreas de proteção ambiental, entre outros protótipos, que se entrelaçam a partir de realidades diversas assim como que, a partir de propostas voltadas para o planejamento.

“O que estimulou, de início, a elaboração desse livro se refere à origem dos núcleos urbanos, isto é, à gênese de núcleos embrionários, que, dependendo do determinante que processe essa constituição e que intervenha em seu íntimo, possa ou não os tornar povoados, vilas e até cidades, pois não são todos esses núcleos embrionários que instituem a essência urbana”, contou.

E continua: “Esse é um tema caro para a Geografia, pois se distingue da questão que reflete emancipação política municipal e que invariavelmente é acometido de equívoco teórico-metodológico. Esse livro, não busca esgotar esses complexos temas de pesquisa, mas, amparados em estudos e publicações de autores consagrados que pesquisam o Estado de Alagoas, busca contribuir com novos escritos sobre e para a Geografia alagoana. As pesquisas foram realizadas baseadas em referências diversas para encaminhar os temas propostos, nos baseando em autores de áreas distintas na busca de construir uma proposta para a Geografia, a partir da necessidade de demonstrar a configuração espacial de Alagoas”.

A obra

De acordo com o autor, na primeira parte do livro intitulada A Organização Espacial do Estado de Alagoas, acontece a análise da organização espacial do Estado, buscando estabelecer um diálogo com a realidade do arranjo espacial alagoano, a partir da gênese do urbano e das suas emancipações políticas municipais.

Na segunda parte Os recortes espaciais do estado de Alagoas: as regiões como unidades de análise, apresentam-se as regionalizações propostas para o estado de Alagoas, exibindo regionalizações constituídas para o estado que evidenciam as diversas realidades espaciais do Estado e que definem diferentes arquétipos e nomenclaturas que foram constituídos ao longo dos séculos 20 e 21.

As exposições são realizadas baseadas em referências bibliográficas diversas que tratam de Alagoas, fundamentadas em propostas construídas por pesquisadores e órgãos diversos, com destaque para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Secretaria de Planejamento do Estado de Alagoas, Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas e Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. “Contextualizando o tema em apresentação, elaboramos 15 figuras para representar as regionalizações”, completou.