Penedo concorre em edital da Unesco para disputar título de Cidade Criativa

Candidatura é na área de audiovisual; atualmente, a cidade paulista de Santos é a única no Brasil a ter o título nessa categoria

Por Diana Monteiro – jornalista
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A histórica cidade alagoana Penedo, a 115 km da capital, pode ser a segunda no país a ter o título de Cidade Criativa, na linguagem de cinema, a ser concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Com essa finalidade, nesta terça-feira (22) o professor Sérgio Onofre, coordenador de Assuntos Culturais da Pró-reitoria de Extensão (Proex) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), estará em Santos (SP) para tratar sobre a candidatura da cidade no edital da organização americana.

Santos é considerada uma das maiores cidades criativas da América Latina e, atualmente, é a única no Brasil a ter esse título na categoria audiovisual. Se Penedo conseguir, Onofre prevê que ela será a segunda no país e provavelmente da América Latina. Laços da Ufal e da prefeitura de Penedo já estão estreitados com a prefeitura do município paulista, por meio de sua representante Raquel Pelegrini, que esteve participando do 12º Circuito Penedo de Cinema, evento que tem a coordenação do professor Sérgio Onofre, desde a primeira edição, em 2011, e teve seu encerramento no último domingo (20).

Durante a abertura do Circuito foi assinado um termo de convênio de cooperação mútua entre a representante do poder público paulista, a Prefeitura de Penedo e o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, visando a troca de conhecimentos e apoio para o processo de candidatura de Penedo como cidade criativa. Dizendo ser uma honra trabalhar com Penedo, Raquel destacou, na oportunidade, que Santos é uma cidade criativa desde 2015 e que é importante o Nordeste também ter essa representação. “Penedo é uma cidade que movimenta muita gente, movimenta uma cadeia produtiva na área”, enfatizou.

Sobre o protagonismo da Ufal em todo o processo de resgate de Penedo, na área audiovisual, a expansão da Ufal, que contempla a cidade ribeirinha com uma unidade de ensino, consiste em um dos primeiros passos de ações que passaram a ser desenvolvidas. Sérgio pertence ao corpo docente da unidade e sob sua coordenação foi realizado em 2011 a primeira edição do Festival Universitário de Cinema, posteriormente, denominado de Circuito Penedo de Cinema, transformado num projeto de extensão da instituição alagoana.

O Circuito de Cinema, a cada edição, fortalece todo o processo de resgate da cidade histórica nas ações em audiovisual: “O Circuito cumpre um papel importante em todo o processo e desde 2011, iniciado como Festival Universitário. O resgate sempre esteve na memória afetiva daquela população ribeirinha e nos anseios da sociedade. A partir da 6ª edição, o evento passou a ser realizado com várias parcerias, quando então se tornou Circuito Penedo”, disse Onofre.

Destacou que em todo o processo de resgate e fortalecimento está a recuperação de espaços físicos, por meio de projetos: “Nessa intervenção da Ufal, com apoio da prefeitura ribeirinha, a comunidade local vai ser contemplada brevemente, com a Escola de Artes e Tecnologias Criativas de Penedo, destinada à formação para o audiovisual. O prédio está em processo de reforma e no mesmo espaço funcionará o Cine Penedo. Um curso de Cinema, a ser implantado pela Ufal, também já é um projeto em andamento”, anunciou Sérgio.

Elementos de resgate

Na positividade do consolidado Circuito de Cinema, que marca o protagonismo na Ufal com várias intervenções, o coordenador destacou alguns elementos, como o de recolocar Alagoas e Penedo na cena do audiovisual nacional: da pretensão e um objetivo, hoje uma grande realidade, por ser o evento reconhecido como um grande festival.

“Outro elemento é a Mostra Sururu que junto com o Circuito proporcionam grandes janelas abertas para o cinema alagoano, oportunizando troca de experiências, acesso maior a filmes, a contatos com grandes realizadores de filmes do país, anualmente presentes no circuito. A Mostra está também na 12a. edição e é realizada pelo Fórum Audiovisual Alagoano. O terceiro elemento é o de contribuir com o desenvolvimento local, fortalecendo o processo construído em Mostras Competitivas, Cinema Universitário e Velho Chico de Cinema. Este ano agregou-se ao circuito a Mostra Internacional de Cinema Socioambiental. O título de cidade criativa da Unesco, se tudo der certo, vai desenvolver o cinema alagoano tanto quanto à formação, divulgação e fruição dessa sétima arte no estado”, enfatizou Sérgio Onofre.