Espaço Trans do Hospital Universitário celebra um ano em encontro com debates
Além de relembrar os feitos do primeiro ano, mesa debate a "disforia de gênero e saúde mental nos pacientes trans"
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Para celebrar o primeiro ano de funcionamento do Espaço Trans do Hospital Universitário (HU), a equipe multidisciplinarpromove nesta terça-feira,6, o 1º Encontro do Espaço Trans HU/Ebserh-Ufal, com o tema “Desafios e Potencialidades em Um Ano de Atuação”. Estão previstas mesa de abertura e mesa-redonda sobre Disforia de gênero e saúde mental nos pacientes trans.
De acordo com a assistente social do Ambulatório, Raquel Vieira, a proposta do encontro é socializar os trabalhos realizados pelo espaço: quantos pacientes foram atendidos, o que já foi feito, como funciona o acolhimento e os desafios futuros.
Para ela, o local representa uma conquista para que as pessoas trans tenham um ambiente dentro do Sistema único de Saúde (SUS) voltado a uma população específica, respeitando suas histórias de vida e recebendo o atendimento adequado. “Significa também melhoria de qualidade de vida e saúde mental, porque aqui a pessoa é acolhida, ouvida, mas também é cuidada em sua saúde, respeitando sua rotina de vida, num espaço em que ela é vista como realmente se reconhece, como é ”, explica.
O espaço trans possui hoje sessenta e seis pacientes atendidos. Para quem deseja se somar a esse número, a porta de entrada é a Unidade Docente Assistencial (UDA) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A pessoa interessada passa pela equipe da UDA, que encaminha, via Sistema de Regulação, ao HU.
Ao chegar no Hospital, é feito um primeiro acolhimento, por assistente social, psicóloga, enfermeira e auxiliar de enfermagem. Na abordagem, os profissionais realizam entrevista sobre história de vida do indivíduo, em sequência, encaminham para a endocrinologista para fazer os exames e avaliações necessárias e iniciar o processo de hormonioterapia.
Depois de passar pela equipe de acolhimento multidisciplinar, alguns são encaminhados para acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Há também a consulta com a enfermagem e orientação individual do Serviço Social.
Após acompanhamento e avaliação multiprofissional, o usuário pode iniciar o processo de hormonioterapia. “Esses acompanhamentos são discutidos com toda a equipe, tanto com a parte psiquiátrica, psicológica, social quanto a de endocrinologia. É uma construção em conjunto do laudo para poder começar o processo de hormonioterapia”, acrescenta Raquel Vieira.
A equipe multidisciplinar do espaço trans do Hospital Universitário é composta por endocrinologista, enfermeira, psicóloga, assistente social, técnica em enfermagem e estagiários de Psicologia. O local, além de receber estagiários de Psicologia, que também atuam na promoção da saúde e no atendimento ao paciente, também recebe os profissionais da residência de Psiquiatria. A equipe já teve visitas de residentes de Pediatria, Psicologia e Serviço Social, e está aberta ao processo de ensino e aperfeiçoamento profissional.