Pesquisa do Lapis analisa fatores de sobrevivência de pacientes com covid-19

Autores defendem que conhecer dados sobre epidemiologia e fatores de risco contribuem para adoção de melhores estratégias para combater a doença

Por Ascom Lapis/Ufal
- Atualizado em

Uma pesquisa publicada na Revista Plos One pela equipe do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em parceria com o Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), analisou fatores de risco e sobrevivência em pacientes com covid-19 na região do Nordeste brasileiro.

O artigo completo está disponível neste link .

O estudo foi conduzido com pacientes adultos, diagnosticados com covid-19, por meio do teste RT-PCR. Foram analisados dados como tempo de internação, sintomas clínicos, dados laboratoriais e comorbidades, do período de janeiro a maio de 2021. Os pacientes apresentaram histórico epidemiológico da doença, sintomas clínicos relevantes ou parâmetros sorológicos.

Do total de 365 pacientes cadastrados na plataforma e-COVID , ferramenta desenvolvida durante a pesquisa, tendo como referência dois hospitais da cidade de Campina Grande (PB), tomada como amostra do estudo, foram analisados os registros de pacientes que tiveram teste de RT-PCR positivo para a doença, totalizando 280 pacientes.

No estudo, foi possível observar que indivíduos com mais de 65 anos foram associados à redução da taxa de sobrevivência, com cerca de 55%. Foi observada uma maior mortalidade por covid-19 em mulheres (32%) do que em homens (30,5%), mas sem diferença significativa entre os grupos. As mulheres apresentaram uma baixa taxa de sobrevivência quando a internação durou mais de onze dias.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), até julho de 2022, mais de 551 milhões de pessoas foram infectadas pela covid-19 em todo o mundo, com a morte de mais de quatro milhões. A hospitalização por covid-19 está ligada ao agravamento dos sintomas e aumento do risco de desenvolver síndrome respiratória aguda grave, que aumentou no Brasil, em 2019 e 2020. A permanência prolongada do paciente no hospital foi associada a um alto risco de morte.

Fatores como idade, tempo de internação, alta concentração de ureia no sangue e baixa concentração de oxigênio foram associados à morte por covid-19 na população estudada.

De acordo com os pesquisadores que assinam o artigo, os resultados do estudo sobre os principais fatores de risco e sobrevivência por covid-19 reforçam outros estudos realizados em centros de pesquisa de todo o mundo. “O conhecimento sobre a epidemiologia e os fatores de risco contribuem para o desenvolvimento de melhores estratégias de saúde para combater a doença”, afirmam.

Considerando que fatores associados ao aumento da mortalidade são avaliados ainda na admissão hospitalar, de acordo com os autores, o estudo pode orientar o desenvolvimento de intervenções de saúde pública para prevenir a evolução clínica da doença para quadros graves. “Os profissionais de saúde podem auxiliar e contribuir com a prevenção, identificando precocemente pacientes com covid-19 grave ainda na atenção primária”, justificam.

A pesquisa contou com o apoio do Projeto Emergencial Capes Epidemias, por meio do Edital “Telemedicina e análise de dados médicos”