Pesquisador do Instituto de Física recebe convite para missão científica na França

Atividades científicas acontecerão na Universidade de Lille, incluindo a realização de um curso na área de nanotecnologia, em nível de pós-graduação

Por Diana Monteiro - Jornalista
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Pesquisador Glauber Silva
Pesquisador Glauber Silva

O professor Glauber Tomaz Silva, do Instituto de Física (IF) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi convidado pela Universidade de Lille, na França, para desenvolver atividades de pesquisa na área de acustofluídica. A missão científica será em outubro, no Institut d’Életronique de Microéletronique et de Nanotechnologie (IEMN), considerado o maior centro de pesquisas em nanotecnologia do país europeu.

 A missão na França é em colaboração com o professor Michael Baudoin e, segundo o pesquisador da Ufal, o principal objetivo da ação com o IEMN é desenvolver uma nova geração de dispositivos para cultura 3D de células e manipulação de micro e nanopartículas.

Glauber destaca que o resultado da pesquisa tem aplicações na engenharia de tecidos, estudo de novos fármacos e diagnóstico de doenças in vitro. Além disso, tem a expectativa que a visita, inteiramente financiada pela Universidade Lille, possa fundamentar uma colaboração duradoura entre o Instituto IEMM e o Instituto de Física da Ufal.

Na instituição francesa, Glauber Silva ainda ministrará o curso sobre Microfluídica, cujo conteúdo inclui, principalmente, os fundamentos da mecânica dos fluidos confinados em compartimentos menores que diâmetro de um fio de cabelo, e também aplicações à biotecnologia e às ciências da vida. O curso será em nível de pós-graduação e terá carga horária de 16 horas.

Glauber Silva é coordenador do Grupo de Pesquisa de Acústica Física do IF e destaca que a missão científica caracteriza uma importante contribuição de professores da Ufal com outras Instituições. Também contribui para o fortalecimento dos programas de pós-graduação (PPGs).

“Um dos aspectos de maior relevância para os PPGs junto às avaliações da Capes é a nossa capacidade de realizar intercâmbio, não só para desenvolver pesquisa, mas, também, para levar nosso knowhow para universidades fora do país. E, nesse caso, estamos falando de uma das maiores universidades francesas, com mais de 500 anos de história e cultura”, enfatizou.

O professor aproveita para reafirmar o compromisso com os estudos científicos em colaboração: “No que se refere ao nosso compromisso como pesquisadores, nossa missão é realizar pesquisas para desenvolver novos dispositivos para manipulação de micro e nanopartículas e cultura 3D de células. A pesquisa inclui a micro e nanofabricação por litrografia de dispositivos de microfluídica”.

Doutor em Ciência da Computação e pós-doutor em Dinâmica de Fluidos pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e Universidade Técnica da Dinamarca, Glauber Silva coordena o Grupo de Acústica Física, que realiza pesquisas sobre microfluídica e acustofluídica. Envolve, na Ufal, as pós-graduações de Física, Materiais e Informática. Mais informações sobre ações científicas desenvolvidas pelo grupo, neste link.

Ampliação e avanços científicos

Sobre as atividades na França, que terão duração de quatro semanas na Universidade de Lille e da importância da conexão da Ufal com o país europeu, nessa área em estudo, Glauber aproveita para destacar que, historicamente, cientistas franceses como d'Alembert, Laplace, Poisson, Poiseuille, entre outros, deram contribuições significativas ao desenvolvimento e à compreensão da mecânica dos fluidos que descreve a microfluídica.

“Mantendo essa tradição, a França atualmente detém importantes grupos de pesquisa em microfluídica e também nanotecnologia. Assim, a colaboração da Ufal com o Instituto IEMN deverá impulsionar o desenvolvimento de pesquisas da microfluídica no Brasil”, disse.

A microfluídica é uma área multidisciplinar que se desenvolve a partir da sinergia de áreas como física, química, biologia e engenharias. Essa colaboração, segundo Glauber, poderá complementar a formação de estudantes de doutorado e pós-doutores por meio de intercâmbio no Instituto IEMN. Principalmente em temas de microfabricação e fluidodinâmica computacional. 

“É importante mencionar que essa colaboração vai atrair estudantes e pesquisadores para nossa instituição e ainda dará visibilidade à Ufal para atração de recursos de fomento do exterior”. Mais sobre o Instituto IEMM acessar o link.

Fortalecimento 

O pesquisador aproveita para reforçar sobre as colaborações internacionais firmadas para a ampliação, a abrangência e a otimização dos estudos científicos: 

 “Colaborações internacionais são muito bem-vindas para programas de pós-graduação. Em particular, esse é um item fortemente valorizado nas avaliações da Capes como já mencionado. É natural esperar que colaborações como essa venham fortalecer e possivelmente melhorar a classificação na Capes nas pós-graduações envolvidas. Além disso, essas iniciativas individuais corroboram com o fortalecimento de políticas de fomento aos programas de mobilidade internacional, tais como bolsas de doutorado sanduíche e pós-doutorado no exterior”.