Docentes do curso de História repudiam os atos golpistas e antidemocráticos

Diante dos ataques aos poderes da República no último domingo, 24 professoras e professores assinam nota em defesa da democracia; diretora do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes também repudia os atos terroristas

Por Ascom Ufal
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Diante dos atos antidemocráticos e do vandalismo que marcaram o 8 de janeiro, em Brasília, 24 professores e professoras do curso de História da Universidade Federal de Alagoas assinam Nota de Repúdio e se comprometem “a buscar soluções legais em prol da defesa de nossa jovem e frágil democracia, sem justiçamentos, mas cientes de nossa tarefa na condição de trabalhadoras e trabalhadores da educação, comprometidas e comprometidos com a Universidade pública, gratuita e igualitária, sempre a perseguir, sem descanso, a justiça social”.

No documento, o grupo de docentes afirma que a atitude isolada de uma docente do quadro de professores do curso “não representa, jamais, os valores, os ideais, os sonhos e as utopias que vislumbramos de forma coletiva, sempre respeitando as opiniões divergentes e minoritárias, desde que estas não representem discursos e práticas de ódio”.

Leia abaixo a íntegra dos documentos: 

Nota de repúdio das professoras e professores do curso de História  da Universidade Federal de Alagoas (Ufal)
 Campus A.C Simões, Maceió; Campus Sertão-Delmiro Gouveia; Programa de Pós-graduação em História (PPGH) 

As professoras e os professores do curso de História da Ufal que subscrevem esta nota vêm a público externar toda sua indignação com os atos golpistas e antidemocráticos ocorridos no último domingo, dia 8 de janeiro, em Brasília, quando, efetivamente, as sedes dos poderes republicanos foram atacadas de forma vil e covarde por bolsonaristas que tinham a plena consciência dos crimes que estavam a perpetrar. 

Como historiadoras e historiadores e docentes cientes do nosso papel social, alinhadas e alinhados com a construção de uma democracia plenamente popular e uma sociedade radicalmente igualitária, nos sentimos no dever de publicizar e socializar com a comunidade de historiadoras e historiadores do País, como também com nossas discentes e nossos discentes, técnicos e técnicas, terceirizadas e terceirizados e a sociedade alagoana em geral, que a atitude isolada de uma docente do nosso quadro - que, por motivos meramente fortuitos em tempos pandêmicos exerce, neste momento, uma função de gestão – não representa, jamais, os valores, os ideais, os sonhos e as utopias que vislumbramos de forma coletiva, sempre respeitando as opiniões divergentes e minoritárias, desde que estas não representem discursos e práticas de ódio. 

Como sabemos que apenas notas de repúdio não são suficientes para conter a sede de sangue e de terror de fascistas disfarçadas e disfarçados de intelectuais - que vivem a embriagar-se pela cólera que acomete séquitos raivosos abrigados nas chamadas “redes sociais” – nos comprometemos, conjuntamente, a buscar soluções legais em prol da defesa de nossa jovem e frágil democracia, sem justiçamentos, mas cientes de nossa tarefa na condição de trabalhadoras e trabalhadores da educação, comprometidas e comprometidos com a Universidade pública, gratuita e igualitária, sempre a perseguir, sem descanso, a justiça social. 

Maceió, 11 de janeiro de 2023. 
Ditadura, Nunca Mais! Sem Anistia! 

(No anexo tem o documento com os nomes dos docentes que assinaram a nota)

Nota de Repúdio a toda forma de violação da democracia brasileira

A Direção do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes, da Universidade Federal de Alagoas, irmanada à declaração da Gestão Superior da UFAL e investida da representação dos docentes, estudantes e técnicos desta unidade acadêmica, repudia todos os atos que tentam violar a democracia, sejam aqueles que golpearam o patrimônio público para atingir o espírito emergido da/na nossa Constituição, ocorridos em 08 de janeiro,  sejam aqueles que insistem em publicizar opiniões que reforçam e perpetuam a natureza ameaçadora das ações golpistas, terroristas e antidemocráticas.

Sandra Nunes Leite
Diretora do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes da Ufal