Hospital Universitário realiza ações no Mês da Prematuridade
Atividades acontecem até o dia 24 de novembro
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O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), realiza, até o dia 24 de novembro, ações alusivas ao Mês da Prematuridade. O tema proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Aliança Global para o Cuidado do Recém-nascido desta edição é Pequenas ações, grande impacto: contato pele a pele imediato para todos os bebês, em todos os lugares.
No último dia 30 de outubro, foi realizado no HU um webinário preparatório, ministrado pela médica neonatologista Sirmani Frazão, professora e coordenadora estadual do Método Canguru. A previsão é que no decorrer do mês outras atividades relacionadas a temática sejam realizadas.
Prematuridade: uma questão de saúde pública
É considerado prematuro o bebê que nasce com menos de 37 semanas de idade gestacional. Junto a esse marco temporal específico, há uma classificação da OMS mais detalhada das idades gestacionais: entre a 34ª e 36ª semana, é considerado como prematuro tardio; de 32 a 33, como prematuros moderados; muito prematuros entre 28 e 31; e prematuros extremos para aqueles bebês nascidos abaixo de 28 semanas. Quanto maior o grau de prematuridade, maiores são as intercorrências de saúde desse recém-nascido.
Segundo o Ministério da Saúde, 340 mil bebês nascem prematuros no Brasil. Uma outra pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo Fundo das Nações Unidades para a Infância (Unicef) e pela Parceria para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil ((PMNCH, sigla do inglês Partnership for Maternal, Newborn and Child Health), que analisou o número de casos no mundo entre os anos de 2010 a 2020, demonstrou que um a cada dez nascimentos é prematuro. Somente em 2020, 13,4 milhões de bebês foram prematuros.
De acordo com a pediatra e neonatologista do HU, Bruna Duarte, prevenir o nascimento prematuro é a melhor forma de garantir qualidade de vida para esses bebês. “Mas, nem sempre a prematuridade é evitável e, para esses casos, é essencial um nascimento seguro, em uma maternidade de alto risco, preparada para receber esse paciente vulnerável pela sua imaturidade e prestar cuidados especializados com recursos tecnológicos e equipe multidisciplinar capacitada”, enfatiza.
Ainda segundo a pediatra e neonatologista, as evidências científicas têm mostrado que para o pleno desenvolvimento do prematuro é importante também a implementação de medidas cada vez menos invasivas, humanizadas e em contato com sua família. “São indiscutíveis os benefícios do contato pele a pele desde a sala de parto ou precocemente na Unidade Neonatal, pelo maior tempo possível. E discutir sobre esse tema é de suma importância para conscientizar as equipes assistenciais, promover mudanças na nossa prática e, consequentemente, promover melhores desfechos no neurodesenvolvimento dos nossos bebês”, afirma.
“O contato pele a pele é uma das estratégias de cuidado neonatal capazes de gerar grande impacto para o bebê prematuro, mas em paralelo não podemos deixar de citar a prevenção da hipotermia na sala de parto, o uso controlado do oxigênio, prescrição criteriosa de antimicrobianos, oferta precoce do leite materno e a humanização do cuidado”, reforça Duarte.