Pró-reitores de Graduação discutem formação docente, Lei de Cotas e evasão
Reunião aconteceu em Maceió com a presença do representante da Diretoria de Políticas e Programas de Educação Superior do MEC, Alexandre Brasil
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Pela primeira vez, a Universidade Federal de Alagoas sedia reunião nacional do Colégio de Pró-reitores de Graduação (Cograd), órgão vinculado à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), e que reuniu cerca de 70 pró-reitores e coordenadores.
O evento colocou como pontos de pauta várias temáticas que envolvem formação docente, nova Lei de Cotas e combate à evasão, inclusive com a participação do representante do Ministério da Educação, Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca, diretor de Políticas e Programas de Educação Superior (Dippes).
A abertura teve como atração o Grupo de Música Brasileira, comandado pelo professor Clístenes Lisboa, do curso de licenciatura em Música da Ufal. Foi presidida pela vice-reitora Eliane Cavalcanti, e contou com a participação do coordenador nacional do Cograd, Jerônimo Siqueira Tybusch, pró-reitor de Graduação da Universidade Federal de Santa Maria; o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Alagoas, Sílvio Bulhões; o vice-coordenador nacional, professor Eduardo Cezari, pró-reitor da Universidade Federal do Tocantins; e os coordenadores regionais do Cograd: Nordeste, Amauri Barros, o pró-reitor de Graduação da Ufal; Sudeste, Cristiane Finzi, pró-reitora de graduação da Universidade Federal de São João Del Rei; Norte, Ednaceli Damasceno, pró-reitora de graduação da Universidade Federal do Acre; Sul, Jean-Marc Lafay, pró-reitor de graduação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Após as falas iniciais das autoridades que compuseram a mesa de honra, o pró-reitor Jerônimo Siqueira Tybusch fez o balanço das ações realizadas pela coordenação nacional do Cograd em 2023. Lembrou que sem redes não há uma luta transformadora e agradeceu a presença de cada um dos envolvidos na finalização de um ano bem corrido para a Cograd. “Foram mais de 20 viagens pelas universidades federais do país na intenção de discutir questões voltadas ao combater à evasão no ensino superior, pensar estratégias de permanência acadêmica e adaptar-se às mudanças.
A vice-reitora Eliane Cavalcanti falou da satisfação de a Ufal estar sediando a reunião. “Esse sentimento é de grande importância para os colegiado das universidades como um todo uma vez que abrimos a porta do nosso estado e da nossa Universidade para receber colegas de outras instituições que pensam o ensino superior, as políticas afirmativas e que visam ao desenvolvimento do país e a melhoria na qualidade do ensino e da inserção dos jovens nas nossas universidades”, declarou.
No painel sobre a Lei de Cotas e o ingresso nas Ifes, o pró-reitor Adilson Pereira, da Universidade Federal de Ouro Preto, e o diretor da Dippes, Alexandre Brasil, defenderam que as universidades devem buscar articulações reflexivas e operacionais para refletir cada vez mais o cotidiano social em fisionomia e acessibilidade. Adilson Pereira explicou que estas mudanças representam a transição de uma educação elitista para uma educação de massa. “Democratizar o ensino é, ao mesmo tempo, humanizar a sociedade e aprofundar os saberes”, declarou ao listar os grupos beneficiados pela Lei 14.723/23: pessoas negras e pardas; quilombolas, indígenas e seus remanescentes; pessoas com deficiência e egressos de escolas públicas.
Alexandre Brasil também falou sobre as mudanças recentes em relação à Lei de Cotas. “Todo o Decreto da Lei de Cotas agora deve ser seguido pelo Sisu [Sistema de Seleção Unificada], com, no mínimo, 50% das vagas destinadas aos concorrentes cotistas, visando tornar as faculdades públicas cada vez mais coletivas. Nas Ifes, os objetivos são os mesmos, amplificar a diversidade de futuros alunos e facilitar a permanência deles, mas sob suas próprias dinâmicas”, completou.
O professor Tybusch, como mediador do painel, explica a dinâmica: “As principais modificações que aconteceram neste ano, Lei de Cotas e sistema Sisu, ocasionaram uma necessidade de amparo das instituições de ensino superior para que elas pudessem adaptar os seus sistemas e trabalhar com essas novidades que a nova lei traz”.
Segundo Tybusch, o Cograd tem muito a planejar para o próximo ano. A nova Lei de Cotas não traz o prazo de vacatio legis, então a implementação foi imediata. Ele reforça que a intenção da participação da Dippes, com o diretor Alexandre Brasil, é esclarecer realmente as dúvidas, que são várias, a este respeito e ter uma transição boa de 2023 para 2024.