Professor lança livro que contempla área de recursos hídricos do São Francisco
Referência na área, Valmir Pedrosa é docente do Centro de Tecnologia, onde ministra as disciplinas hidrologia e economia dos recursos hídricos
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A Operação Hidráulica dos Reservatórios do Rio São Francisco, é o mais recente livro lançado pelo professor Valmir Pedrosa, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O livro é fruto do curso sobre Gestão de Conflitos pelo Uso da Água nas cidades de Paulo Afonso (Bahia) e em Penedo (Alagoas), ministrado pelo renomado professor. O curso foi promovido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), também patrocinador da obra.
“O livro foi escrito para servir de texto básico de apoio ao curso realizado nas duas cidades e foi publicado pela Editora Bios. A atividade realizada em Paulo Afonso e em Penedo envolveu também a Agência Peixe Vivo (APV) e a Empresa Água e Solo Estudos e Projeto, sediadas em Minas Gerais”, enfatizou Valmir Pedrosa, doutor em Gestão dos Recursos Hídricos. Na Ufal ele pertence ao corpo docente do Centro de Tecnologia (Ctec), unidade acadêmica do Campus A. C. Simões, onde ministra as disciplinas Hidrologia e Economia dos Recursos Hídricos.
Ao discorrer sobre o livro, que foi lançado no dia 2 deste mês, Pedrosa destacou que, da operação hidráulica dos reservatórios do Rio São Francisco dependem a geração de energia hidrelétrica, a navegação, o controle de cheias, o turismo, a aquicultura, a proteção da ictiofauna, o abastecimento de água para as cidades, a irrigação, a indústria e a manutenção e a preservação dos ecossistemas. A construção de acordos para dirimir alguns dos conflitos pela água, segundo o autor, necessita da boa compreensão da operação hidráulica destes reservatórios.
“O objetivo central do livro é auxiliar esta compreensão. Para garantir a aderência entre os conceitos e a prática, todos os exemplos citados descrevem operações havidas, tais como elas ocorreram, em reservatórios do Rio São Francisco”, afirmou o pesquisador.
Ao complementar sobre a importância do estudo realizado para otimização do uso dos recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do São Francisco, Valmir diz que a operação dos reservatórios das usinas hidrelétricas da bacia atende a um conjunto de restrições e exigências do uso múltiplo das águas.
“O leitor inferirá da leitura atenta, que há regras operativas para gerar energia hidrelétrica, garantir o abastecimento de água para cidades, projetos de irrigação e indústria. Também, regras para proteger a ictiofauna, controlar cheias, assegurar a navegação, atender às limitações física e eletromecânica dos equipamentos, dentre outras. É fundamental entender esse processo para otimizar o uso do recurso hídrico da Bacia do Rio São Francisco”, salientou.
Conflitos, desafios e colaboração
Pedrosa disse que, ao longo da Bacia do Velho Chico há conflitos de todos os matizes. Segundo o pesquisador, “há uma certa predominância de conflitos que envolvem operação dos reservatórios das usinas elétricas” e que o livro foi escrito também para qualificar a participação do leitor na busca por acordos para superar esses conflitos no rio. “Um grande desafio é perseguir a visão que o compartilhamento dos recursos hídricos da citada bacia deve inspirar nos princípios do aproveitamento múltiplo, racional, harmônico e integrado, visando sempre ao benefício de todas as partes envolvidas”.
Sobre a importância da Bacia para o desafiante abastecimento Valmir enfatiza que, a operação dos reservatórios do São Francisco atende a um conjunto de restrições e exigências do uso múltiplo das águas. Garantir o abastecimento das cidades tem a primazia das atenções na gestão de suas águas. “Como exemplo, tem-se o Canal do Sertão Alagoano, projeto cuja fonte de água é o rio São Francisco, que leva água para a população que vive no sertão de Alagoas”.
Como estudioso da área, Pedrosa é de opinião que há a necessidade de acordos pelo uso da água que promovam a oferta de bens e serviços típicos das sociedades humanas contemporâneas, sem descuidar do desenvolvimento social e da sustentabilidade ambiental em todo o processo. “A experiência mostra que os avanços significativos na solução de conflitos pela água foram obtidos pouco a pouco, com o progressivo acúmulo de pequenos consensos que, ao final, amalgaram-se em acordos”, diz.
A obra com relevante estudos de colaboração à sociedade, conectada com as necessidades e ações que pautam o trabalho do Comitê do São Francisco, em todas as suas regiões da Bacia, projeta a Ufal em mais uma contribuição à Ciência. Sobre a sua participação, em tão desafiante área de trabalho, diz:
“Considero que o Comitê do São Francisco foi e é a minha escola de gestão de recursos hídricos. Tenho ministrado cursos de gestão de conflitos pelo uso da água e escrito livros apoiando-me na experiência que adquiri neste icônico rio brasileiro”, concluiu dizendo do quanto o São Francisco representa na sua vida como pesquisador e atuação profissional.
Para conhecer a obra A Operação Hidráulica dos Reservatórios do Rio São Francisco, acessar o link.