No Dia Nacional de Controle da Asma, especialista do HU esclarece sobre a doença
Com tratamento adequado, paciente tem qualidade de vida
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Dificuldade para respirar e chiado nos pulmões podem sinalizar a presença do problema respiratório que, segundo o Ministério da Saúde, é um dos mais presentes na população brasileira: a asma. No último dia 21 de junho, data instituída para conscientização sobre o controle da doença, o especialista do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU/Ufal), Iramirton Moreira, esclareceu sobre as causas, diagnóstico e tratamento da doença.
A asma é uma doença inflamatória que afeta as vias aéreas, mais especificamente os brônquios, que são os “canos” que levam o ar aos pulmões, dificultando a passagem de ar. A doença tem uma prevalência maior na infância, até por volta dos 12 anos, geralmente apresentando uma melhora dos sintomas, mas com chances de voltar em qualquer idade da vida adulta. Ela pode ter natureza alérgica (provocada por agentes externos ambientais) ou não alérgica, mas há uma predisposição genética nos dois casos.
Identificação de uma crise asmática
A exposição a poeira, pólen, mofo, poluição do ar, fumaça de cigarro e cheiros fortes (de produtos de limpeza e perfume, por exemplo), são fatores que podem desencadear uma crise asmática. Os sintomas, além da dificuldade para respirar, podem se apresentar como uma sensação de opressão no peito, coriza nasal, espirros e tosse seca. Nem todos aparecem de forma simultânea, por isso a importância de buscar auxílio especializado para identificação.
O diagnóstico é feito através da entrevista médica (anamnese) para averiguar detalhadamente os sintomas, o histórico pessoal e familiar da asma, e os fatores que possam piorar a condição do paciente. Durante a avaliação, é feito um exame que demonstra a variabilidade de fluxo de ar nas vias aéreas, chamado espirometria.
Qualidade de vida
O paciente asmático pode e deve ter uma qualidade de vida durante suas atividades diárias. O primeiro passo, conforme ressaltou o médico alergista e imunologista, Iramirton Moreira, chefe da Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital, é melhorar o ambiente, mantendo-o limpo e arejado.
Outro detalhe, é que “a maioria das pessoas pensam no estereótipo extremo da asma, com a falta de ar constante. Os sintomas, mesmo nas formas mais brandas, já podem sinalizar a doença e precisam ser investigados”, destaca o médico. Na maioria dos casos, corticoides inalatórios são os medicamentos recomendados pelos especialistas para desinflamar as paredes dos brônquios. Estes devem ser utilizados apenas com recomendação do médico, que fará o diagnóstico correto do paciente, alertou Iramirton.
O especialista informou, ainda, que é preciso romper com a crença de que um paciente asmático não pode realizar exercícios físicos. É possível se exercitar com segurança e conforto respiratório, desde que haja o acompanhamento médico para controle dos sintomas, garantindo o bem-estar da pessoa que tem asma.
Garantia de tratamento pelo SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) garante o tratamento da pessoa asmática desde a atenção primária nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Em casos graves, é feito o encaminhamento para atendimento nos hospitais da rede Ebserh. No HU, os Ambulatórios de Pneumologia, e o de Alergia e Imunologia Clínica também atendem pacientes asmáticos.