Ex-diretora do MTB recebe Medalha do Mérito Museológico
Cármen Lúcia Dantas é a primeira profissional de Alagoas a conquistar homenagem do Conselho Federal
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A museóloga Cármen Lúcia Dantas, ex-diretora do Museu Théo Brandão, foi selecionada para receber a Medalha do Mérito Museológico na categoria Museóloga de Destaque. A homenagem será realizada pelo Conselho Federal de Museologia (Cofem). A solenidade de entrega acontecerá no dia 13 de agosto, a partir das 19h, no auditório “B”, do Centro de Convenções.
O Cofem é o órgão regulamentador e fiscalizador do exercício da profissão de museólogo. Por meio de resoluções da diretoria, que se reúne em assembleias gerais ordinárias e extraordinárias, são tomadas decisões e traçados os rumos do exercício e da fiscalização profissional do museólogo, cujos direitos e deveres estão previstos em lei e no seu código de ética.
Desde 2004, foi criada a Medalha do Mérito Museológico, com a finalidade de marcar a passagem dos vinte anos da Lei 7287 de 18 de dezembro de 1984, que regulamentou o exercício da profissão de museólogo no Brasil. A primeira edição da Medalha do Mérito Museológico ocorreu no mesmo ano de sua criação.
Trajetória de sucesso
O nome de Cármen foi indicado pelo Conselho Regional de Museologia da 1ª Região (COREM 1R) ao COFEM, que fez a deliberação final. Em Alagoas, esta é a primeira vez que um profissional da área de Museologia é selecionado para receber a Medalha do Mérito.
Nascida em Penedo, Cármen Dantas cursou Museologia no Rio de Janeiro. Ao concluir o curso em 1972, veio de imediato a Maceió, onde iniciou a vida profissional. “Solange Chalita me apresentou à comunidade cultural da cidade e, sob o comando dela, fizemos Festivais de Verão, em Marechal Deodoro e o primeiro Festival de Cinema de Penedo, em 1975”, lembra a museóloga, que, neste mesmo ano, começou a trabalhar na Ufal e, em seguida, no Museu Théo Brandão. “Tive em doutor Théo um mestre que logo me fez conquistar pela Cultura Popular e pelo emaranhado das manifestações tradicionais da cultura alagoana. No final da década de 80, deixei o Museu pela sala de aula, como professora de História da Arte. Voltei ao Théo Brandão no reitorado do professor Rogério Pinheiro para coordenar o projeto de restauração do prédio e de sua nova instalação. Com a abertura do Museu ao público no começo deste século, solidifiquei minha relação com esta Instituição, que costumo dizer ser a minha grande paixão profissional”, destaca Cármen.
Outros museus entraram na vida profissional da museóloga, na capital e no interior de Alagoas, destacando-se o Museu do Paço Imperial e o Memorial Raimundo Marinho, ambos em Penedo. “Foi uma oportunidade que tive de mergulhar na história de Penedo, tendo como foco principal a passagem de Pedro II pela cidade, em 1859, e o despertar local, na década de 1960, para a importância da preservação de seu campus arquitetônico, com exemplares barrocos e neoclássicos”, explicou a museóloga.
No currículo, Cármen também destaca a presidência da Fundação Teotônio Vilela, logo depois que a instituição foi criada. “Foi um período rico de história, uma vez que o arquivo de Teotônio faz parte de um período muito importante da política brasileira”, ressaltou a museóloga, que foi a primeira superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em Alagoas (IPHAN-AL). “Momento que me trouxe novas experiências na área de preservação e conservação. Tive sempre o privilégio de participar de equipes progressistas, com colegas e chefes que acreditavam em meu trabalho e abriam caminhos. O trabalho gerou amizades. Hoje, revendo minha história é como se as lembranças avivassem o passado em plena sintonia com o presente. Pedaços de cenas escapam das ‘gavetinhas’ da memória. E me percebo inteira no encontro com o presente”, concluiu a museóloga.