Filhinhos da Mamãe leva cultura, cores e alegria para as ruas do Jaraguá

Bloco abriu as prévias de Carnaval em Maceió com homenagens e apresentações culturais

Por Maurício Santana – estudante de Jornalismo
- Atualizado em
Evento foi marcado por apresentações culturais, homenagens, concurso de fantasias e pelo cortejo da boneca Mamãe em Jaraguá
Evento foi marcado por apresentações culturais, homenagens, concurso de fantasias e pelo cortejo da boneca Mamãe em Jaraguá

Alegria, diversidade, cultura e diversão. Essas são apenas algumas das muitas palavras que podem definir a edição de 2024 do Filhinhos da Mamãe, bloco carnavalesco realizado pelo Museu Théo Brandão (MTB) e pela Associação Teatral das Alagoas (ATA), na noite da última sexta-feira (2). O evento foi marcado por apresentações culturais, homenagens, concurso de fantasias e pelo cortejo da boneca Mamãe pelas ruas do bairro histórico do Jaraguá, acompanhada por seus filhinhos foliões.

“O Filhinhos da Mamãe vem como uma grande brincadeira, mas uma brincadeira que evidencia o espaço público como um espaço para todos. Ele proporciona misturas e diversidades de pessoas, músicas, manifestações culturais e tantas outras misturas que só encontramos em ambientes como esse”, afirmou o professor Ronaldo de Andrade, coordenador do bloco.

Os festejos da noite foram iniciados pelo Maracatu Feminino Yá Dandara, de Maceió, que entregou composições autorais e também clássicos da MPB com arranjos refeitos para o ritmo do maracatu, como “Olhos coloridos”, da cantora Sandra de Sá. Em seguida, a Orquestra Frevo Temperado, vinda da histórica cidade de Penedo, entreteve o público com diversos frevos amados e conhecidos por todos os foliões.

Dando continuidade aos momentos de alegria, o Concurso de Fantasia Pedro Tarzan premiou as três melhores fantasias da noite. A grande campeã foi uma releitura do ABC das Alagoas, adaptada em forma de vestimenta por um grupo de quatro pessoas. E por falar no ABC das Alagoas, o grande homenageado da noite foi o saudoso pesquisador Francisco Reynaldo Amorim de Barros, autor desse importante dicionário biobibliográfico, histórico e geográfico do estado.

Emocionados pela solenidade, familiares do homenageado subiram ao palco do MTB acompanhados do reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo, da vice-reitora Eliane Cavalcante, e da diretora do Museu, a museóloga Hildênia Oliveira.

“Esse momento é um momento de muita importância pra gente que é da família, porque estamos presenciado o Reynaldo, meu tio, sendo reconhecido por algo que ele dedicou toda a sua vida: a cultura alagoana”, disse o sobrinho do homenageado, que teve sua fala aplaudida e complementada por Tonholo. O reitor afirmou, em nome de toda a Ufal, que era uma enorme honra não apenas reconhecer o trabalho de Reynaldo, mas também celebrá-lo com tanta alegria.

Diversidade, cultura e muito frevo

Logo após a homenagem, a Filarmônica Santa Cecília assumiu o comando da música para dar início ao cortejo da boneca Mamãe pelas ruas da Jaraguá. Além de entregar interpretações de frevos típicos do carnaval, os músicos também fizeram releituras de sucessos atuais em ritmo de frevo.

Espalhando alegria, diversidade, cultura e muito glitter, o Filhinhos da Mamãe seguiu do Museu Théo Brandão ao Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa). Ao fim do cortejo, foi inaugurada a exposição Minha alma é colorida: pinturas carnavalescas, do artista alagoano Agélio Novaes, que retrata figuras como o Moleque Namorador, o rei do paço e o garoto mascarado, a partir do imaginário artístico do pintor.

Para a diretora do Museu Théo Brandão, Hildênia Oliveira, o Filhinhos da Mamãe conseguiu por mais um ano manter viva a tradição carnavalesca desse espaço cultural. “A sensação que a gente tem é de dever cumprido. Foram muitas adversidades, mas conseguimos levar a mamãe às ruas por mais um ano ao lado de todos nós, seus filhinhos. Já são mais de 40 anos, e que venham mais 40, 50, mais 100 anos de tudo isso aqui”, finalizou Hildênia, visivelmente animada pelo sucesso do bloco.

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