Edufal e Captv lançam e-book que auxilia no atendimento a crianças com TEA

Formação Continuada: Tecendo Saberes necessários ao Atendimento Educacional Especializado para Educandos de Crianças com Transtorno do Espectro Autista. Esse é o título do e-book organizado por Simone Keimer, Jorge Cavalcante e Chrystiane Toscano, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), lançado na última semana, que visa propor formação continuada para os profissionais da educação básica que atuam com crianças que apresentam Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O livro apresenta conceitos, níveis de suporte TEA, procedimentos adaptativos para o trabalho na sala de recursos da pessoa atípica. O Colégio de Aplicação Telma Vitória (Captv) é parceiro e proporcionou a equipe essa oportunidade de aperfeiçoamento profissional. Atualmente a unidade de educação possui 92 crianças matriculadas e 12 delas têm autismo, sendo necessário atendimento qualificado e adequado para contribuir positivamente no desenvolvimento infantil que proporciona inclusão e diminui os impactos na adaptação, atendendo às necessidades das crianças.

A diretora do Colégio de Aplicação, Aline Ferreira, comemorou a oportunidade de proporcionar à equipe uma formação continuada, pois acredita que através do estudo e aperfeiçoamento facilita a forma como lidamos com as crianças especiais, oferece conhecimento às famílias que estão na linha de frente e compreende melhor as particularidades de cada uma.

"Há todo um planejamento por parte da professora Chrystiane Toscano e de sua equipe para que, além do atendimento às crianças com TEA, aconteça um diálogo constante com as famílias e com a nossa equipe, que tem sido contemplada com cursos de formação na área. Esses cursos têm contribuído de forma significativa em nossas práticas", ressaltou a diretora do Captv.

A professora Chrystiane Toscano, do Instituto de Educação Física e Esporte (Iefe), destacou a importância de fomentar projetos como este. "O livro é destinado não somente aos professores da educação básica, mas direcionado à toda comunidade acadêmica que possua interesse no assunto e queira se aperfeiçoar. Com intuito é de deixar registrado na memória, um processo formativo oferecido pela Universidade Federal de Alagoas para que, essas pessoas, sejam professores, estudantes ou a comunidade, no geral, possam refletir através de um conhecimento científico possibilidades relacionadas a fazeres, procedimentos de sala de aula na perspectiva da sala de recursos, para oferecer qualidade de vida aos educandos com TEA", apontou.

A docente explicou ainda que a parceria com o CApTV tem a ver com o que é definido como meta pelo Ministério da Educação (MEC) que, por meio da Rede Nacional de Formação Continuada de Professores (Renafor), os professores das universidades públicas se cadastram e submetem os seus projetos a nível nacional. Sendo aprovados, recebem recursos destinados à construção desse processo formativo num caráter de modalidade à distância. Foi assim que a equipe do Captv foi contemplada nesse processo de formativo afim de aplicar técnicas as crianças que fazem parte do Colégio.

Clique aqui e confira o livro.

Sobre o Renafor

O projeto está vinculado à Rede Nacional de Formação Continuada de Professores na Educação Básica (Renafor), uma rede de instituições de educação superior (IES) públicas e comunitárias sem fins lucrativos e, institutos federais de educação, ciência e tecnologia (IF). Seu objetivo é formular, coordenar e avaliar as ações e programas do Ministério da Educação (MEC), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Fundo Nacional e Desenvolvimento da Educação (FNDE). O Programa Saberes e Fazeres é fundamental para contribuir na melhoria da educação, além de proporcionar conhecimento e inclusão a todos os públicos que se beneficiam das propostas.

Transtorno do Espectro Autista

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico que afeta o desenvolvimento cerebral e, por isso, influencia a forma como uma pessoa percebe o mundo nele. O TEA se manifesta de maneiras variadas, mas geralmente envolve dificuldades na comunicação, nas interações sociais e comportamentos repetitivos ou interesses restritos.

A criança com essa condição, têm grande dificuldade de estabelecer interações com outras pessoas, podendo parecer distantes ou menos sensíveis às normas sociais e emocionais. Além disso, podem ter dificuldades na comunicação verbal e não verbal. Isso pode incluir desde dificuldades em iniciar e manter uma conversa até desafios em interpretar expressões faciais e linguagem corporal. Para descobrir se uma criança possui o TEA, faz-se necessário uma análise aprofundada e com uma equipe multidisciplinar, pois nem sempre é fácil identificar com base nas observações gerais, então requer um estudo completo para a identificação de sinais precursores. É de suma importância consultar um profissional da saúde especializado no tratamento como exemplo neuropsiquiatras, para comece o tratamento ainda nos primeiros anos de vida, contribuindo assim com os impactos negativos que possam causar ao longo da vida.

Na educação básica, é fundamental que os profissionais da educação básica tenham uma abordagem especializada para atender às necessidades dos alunos de forma eficaz, para isso é preciso uma adaptação curricular, suporte individualizado, um ambiente estruturado, implementação de técnicas comportamentais para correções das disfuncionalidades, desenvolver atividades que melhorem a comunicação e as habilidades sociais, Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA). Os diretores das escolas devem estar atentos para proporcionar treinamento adequado a sua equipe e mobilizar sempre as famílias.