Pesquisadores se reúnem para criação de comitê de ação contra crises ambientais
Interessados em contribuir podem participar das próximas reuniões
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Na última quarta-feira, 7 de agosto, um grupo de pesquisadores interessados em atuar e desenvolver medidas de prevenção e ação junto às crises provocadas por mudanças climáticas, riscos de desastres e adaptação, se reuniu no auditório da Reitoria, do Campus A.C. Simões, no objetivo de criar um grupo de trabalho permanente que possa interagir tecnicamente e também apoiar decisões institucionais relacionadas ao tema.
Segundo o reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), professor Josealdo Tonholo, recentes desastres ambientais, a exemplo do que ocorreu no RS, acabaram provocando reações governamentais no sentido de prover soluções de combate a estas situações. “A ideia é que a Universidade se organize, tanto do ponto de vista tecnológico, quanto em relação à ações de financiamento, por meio das parcerias que já temos, com secretarias de estado, Defesa Civil, os setores envolvidos com a questão do controle das águas, e que a gente tenha uma condição de ataque ao tema com mais propriedade do ponto de vista dos resultados e da capacidade de fomento”, afirmou.
Há expectativas em relação a ações de fomento específico para atuação multidisciplinar e cooperação internacional sobre o tema, a exemplo do que acaba de ser aprovado no âmbito do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial. “Queremos trazer esses problemas que atingem à população para dentro da universidade, de forma que mais pesquisadores se envolvam, pois é um tema interdisciplinar. Ainda estamos carentes na universidade de atuar nessas áreas de fronteiras, mas é um tema urgente, que bate a nossa porta, haja vista as catástrofes no sul, nós também já fomos vítimas disso em 2004, 2010 e 2014”, explicou.
Pesquisadores de cerca de oito unidades acadêmicas/campus estiveram na reunião. “O fato é que as mudanças climáticas catalisadas pelo homem são uma realidade, e os impactos disso estão vindo para toda a população, mesmo afetando mais particularmente aquelas cidades vinculadas ao litoral. Queremos mobilizar a equipe e deixar o time preparado, não só para trabalharmos em projetos de pesquisa, mas, se por acaso, tivermos um sinistro aqui na região estarmos capacitados para entrar em ação”, completou.
Na ocasião, o professor Igor da Mata, realizou uma apresentação sobre Desastres hidrológicos no Brasil: Qual o tamanho do problema e o que podemos fazer?. Segundo ele, os desastres hidrológicos correspondem a quase metade dos desastres que acontecem no mundo, num total de 43%. Além disso, os últimos desastres que aconteceram no Brasil afetaram 93% da população, sendo que hoje, calcula-se que 3 em cada 4 brasileiros vivem em algum município com risco de desastre hidrológico.
“Em face às mudanças climáticas com eventos cada vez mais frequentes e extremos é importante que a Universidade auxilie a sociedade e a gestão pública com os direcionamentos necessários para que a gente possa se proteger”, afirmou. Ele também lembrou que o comitê está aberto a todos que queiram se envolver nesse tema.
Mais informações sobre o comitê e a próximas reuniões pelo endereço eletrônico: igor.oliveira@penedo.ufal.br