Professores destacam trabalhos da Ufal em evento internacional de HQ

A participação dos docentes foi consolidada com apresentação de trabalhos, coordenação de mesa de debate e lançamento de livro

Por Manuella Soares - jornalista
Professores Amaro Braga, do Instituto de Ciências Sociais e Jozefh Queiroz, da Faculdade de Letras e o professor Aguimario Pimentel Silva, do Instituto Federal de Alagoas
Professores Amaro Braga, do Instituto de Ciências Sociais e Jozefh Queiroz, da Faculdade de Letras e o professor Aguimario Pimentel Silva, do Instituto Federal de Alagoas

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi representada no maior evento acadêmico da América Latina na área de História em Quadrinhos. Os professores Amaro Braga, do Instituto de Ciências Sociais (ICS) e Jozefh Queiroz, da Faculdade de Letras (Fale), participaram da 8ª edição das Jornadas Internacionais de HQ’s, realizadas de 20 a 23 de agosto, na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP).

“O evento permite entrar em contato com pesquisas, trazer resultados e contatos para as atividades que são feitas dentro da Ufal tanto do ponto de vista das eletivas sobre histórias em quadrinhos, quanto dos projetos de extensão e de pesquisa que eu venho desenvolvendo, na graduação e na pós”, destacou o professor Amaro.

Além de participar da comissão científica do evento, o docente da Ufal marca presença desde a segunda edição e coordenou a mesa Quadrinhos, educação e inclusão. Durante as jornadas ele lançou o livro História em Quadrinhos e interdisciplinaridade: Desafios Metodológicos, editado pela Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial (Aspas).

A troca de conhecimentos foi marcada também pela primeira reunião nacional de todos os grupos de pesquisas em HQ’s que estão registrados no diretório do CNPq. De acordo com Amaro, foi uma oportunidade para de firmar parcerias. “Pensar em estratégias conjuntas, porque a gente traz pessoas de outros locais do mundo e aí podemos maximizar a participação dessas pessoas visando, sobretudo, a parceria com outras instituições públicas do Brasil e com outros grupos”, comentou.

Eletivas de impacto

Os professores Amaro Braga (ICS) e Jozefh Queiroz (Fale) são líder e vice-líder do grupo de pesquisa Quadro a Quadro e ministram as disciplinas eletivas Oficina de Histórias em Quadrinhos, para o curso de Comunicação Social (Jornalismo e Relações Públicas) e Design; e Análise crítica de HQs, para os cursos de Ciências Sociais e História. Já o curso de Letras contempla a disciplina Narrativas Gráficas.

A partir disso nascem projetos de extensão, trabalhos de iniciação científica, artigos publicados, capítulos de livros, participações em eventos e muitas atividades que ganham destaque há 14 anos, desde quando as eletivas são oferecidas como componente curricular.

Os trabalhos levados para a 8ª edição das jornadas em São Paulo foram de autoria dos professores da Ufal e coautoria do professor Aguimario Pimentel Silva, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Intitulado Como Utilizar as Histórias em Quadrinhos para Ensinar Sociologia?, o artigo de Braga traz um relato de experiência utilizando exemplos concretos de uso dos quadrinhos no ensino da área. O professor enfatiza como esse recurso didático propicia os fatores apontados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da sociologia.

Jozefh e Aguimario apresentaram um trabalho que analisa a obra Esquinas, de Robson Cavalcante, publicada em formato de fanzine. Eles abordam as linguagens do quadrinho como força de expressão do cotidiano, demonstrando como a poética encontrada na obra, “em sua aparente simplicidade, expande os limites da narrativa gráfica, chamando a atenção para a necessidade contínua de que se revisitem conceitos aparentemente estanques nesta forma de linguagem, assim como permite lançar olhares distintos sobre o (não) acontecimento no espaço urbano”.

O professor Amaro reforçou que a representação alagoana foi uma das maiores entre os estados presentes, motivo de orgulho e incentivo: “A participação nesse tipo de evento é muito importante para a divulgação científica, divulgar os resultados das atividades, das pesquisas, das publicações. É um espaço onde a gente pode fomentar isso e ampliar o acesso, até permitir processos de internacionalização”.