Instituto de Ciências Sociais e TRE divulgam informações de combate às fakenews

Parceria trouxe roda de conversa com foco nas eleições de 2024

Por Ascom Ufal
Roda de Conversa, em setembro, no ICS da Ufal, no Campus A. C. Simões
Roda de Conversa, em setembro, no ICS da Ufal, no Campus A. C. Simões

O Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Ufal e o Núcleo de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (NED-TRE/AL) promoveram uma transmissão ao vivo da sede do ICS, com a participação dos estudantes e do público, com perguntas e dezenas de visualizações.

A Roda de Conversa teve, como entrevistada, a coordenadora e assessora de comunicação do TRE/AL, Flávia Gomes de Barros, que detalhou como a Justiça Eleitoral está atuando contra a desinformação, com a ajuda dos próprios eleitores que, até o dia anterior já tinham enviado 150 denúncias pelo Whatsapp (82) 99662-7491, lançado em abril deste ano.

O teor principal das denúncias, segundo o TRE, tem sido informações falsas sobre a votação, a lisura do processo eleitoral e sobre candidatos e candidaturas, o que a Justiça Eleitoral avalia que confunde e deixa o eleitor inseguro para cumprir o seu papel nas eleições. Indagada se não seria importante investir na divulgação de punições exemplares quando identificados os autores da desinformação, a assessora afirmou que “sem dúvida, será necessário investir mais neste tipo de divulgação, embora a nossa linha privilegie a comunicação do que é permitido e correto, de modo a ampliar a conscientização da sociedade a respeito dos deveres de todos e todas, políticos e eleitores, no processo eleitoral”.

Identificando a desinformação

A partir dos casos já denunciados, Flávia recomendou que o eleitor fique atento para identificar a desinformação e evitar repassá-la. Nos textos, a jornalista sugeriu verificar se eles contêm erros de português, informações desencontradas, ausência de fontes, contextos incoerentes. “Em todos esses casos, é provável que se trate de informação falsa e transmitida com o objetivo malicioso de confundir o eleitor ou prejudicar alguém, o que é mais grave”, explicou.

No audiovisual, a recomendação é observar a inconsistência na cor das imagens e a artificialidade na aparência das pessoas e ambientes, pois normalmente, as produções com Inteligência Artificial, por exemplo, fogem à naturalidade; nas imagens de pessoas, se uma pessoa não piscar os olhos ou fizer isso com grandes intervalos ou em demasia e se não houver sincronia entre a fala e a movimentação dos lábios, é possível que seja um conteúdo falso.

Flávia recomendou também atentar para as reações dos que aparecem no vídeo: “Imagine que um cidadão está dando uma notícia sobre a morte de uma personalidade, mas a expressão facial mostra que ele está contente. Nesse caso, a probabilidade da informação ser falsa é considerável”. Ela indicou ainda verificar se as imagens do vídeo estão com alto nível de nitidez e focalizam mais o rosto da pessoa que fala, o que caracteriza uma deepfake, ou seja, notícia ou mensagem manipulada por meios digitais.

Canais de informação e outros cuidados

Todos esses detalhes que não podem ser ignorados podem evitar o compartilhamento de informações falsas e enganosas: “Com esses cuidados, fica mais simples ter a certeza de que se trata de um vídeo manipulado com más intenções, que, em geral, apresenta brechas que permitem a identificação”, concluiu Flávia Gomes de Barros.

Ela indicou aos eleitores que se informem por canais confiáveis de comunicação: 1491, do TSE, pelo qual as pessoas também podem denunciar desinformação; o portal do TSE e o SIADE - Sistema de Alertas de Desinformação Eleitoral – e, apenas sobre a desinformação, a pagina,onde se encontram todas as checagens de desinformação eleitoral, além do whatsapp (82) 99662-7491.

Durante a Roda de Conversa, Flávia Gomes convidou o ICS a construir, com o TRE, um projeto de cooperação para o combate à desinformação: “A Justiça Eleitoral tem todo o interesse em sentar com a universidade para construir um projeto interinstitucional nesta área”, afirmou a jornalista. Ficou acertado que ela participará de uma próxima reunião do grupo interdisciplinar que está trabalhando na formatação de Observatório da Desinformação, do qual fazem parte docentes do ICS, do Ichca e do IC, todos da Ufal.

Na mesa da Roda de Conversa, além da jornalista Flávia Gomes de Barros, estavam a estudante Ana Cecília Viana e as docentes Andréa Moreira, jornalista e professora de Política e Desinformação; e Luciana Santana, cientista política, professora e diretora do ICS.

A transmissão da Roda de Conversa sobre o combate à desinformação pode ser revista no site.