Instituto de Ciências Sociais e TRE divulgam informações de combate às fakenews
Parceria trouxe roda de conversa com foco nas eleições de 2024
O Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Ufal e o Núcleo de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (NED-TRE/AL) promoveram uma transmissão ao vivo da sede do ICS, com a participação dos estudantes e do público, com perguntas e dezenas de visualizações.
A Roda de Conversa teve, como entrevistada, a coordenadora e assessora de comunicação do TRE/AL, Flávia Gomes de Barros, que detalhou como a Justiça Eleitoral está atuando contra a desinformação, com a ajuda dos próprios eleitores que, até o dia anterior já tinham enviado 150 denúncias pelo Whatsapp (82) 99662-7491, lançado em abril deste ano.
O teor principal das denúncias, segundo o TRE, tem sido informações falsas sobre a votação, a lisura do processo eleitoral e sobre candidatos e candidaturas, o que a Justiça Eleitoral avalia que confunde e deixa o eleitor inseguro para cumprir o seu papel nas eleições. Indagada se não seria importante investir na divulgação de punições exemplares quando identificados os autores da desinformação, a assessora afirmou que “sem dúvida, será necessário investir mais neste tipo de divulgação, embora a nossa linha privilegie a comunicação do que é permitido e correto, de modo a ampliar a conscientização da sociedade a respeito dos deveres de todos e todas, políticos e eleitores, no processo eleitoral”.
Identificando a desinformação
A partir dos casos já denunciados, Flávia recomendou que o eleitor fique atento para identificar a desinformação e evitar repassá-la. Nos textos, a jornalista sugeriu verificar se eles contêm erros de português, informações desencontradas, ausência de fontes, contextos incoerentes. “Em todos esses casos, é provável que se trate de informação falsa e transmitida com o objetivo malicioso de confundir o eleitor ou prejudicar alguém, o que é mais grave”, explicou.
No audiovisual, a recomendação é observar a inconsistência na cor das imagens e a artificialidade na aparência das pessoas e ambientes, pois normalmente, as produções com Inteligência Artificial, por exemplo, fogem à naturalidade; nas imagens de pessoas, se uma pessoa não piscar os olhos ou fizer isso com grandes intervalos ou em demasia e se não houver sincronia entre a fala e a movimentação dos lábios, é possível que seja um conteúdo falso.
Flávia recomendou também atentar para as reações dos que aparecem no vídeo: “Imagine que um cidadão está dando uma notícia sobre a morte de uma personalidade, mas a expressão facial mostra que ele está contente. Nesse caso, a probabilidade da informação ser falsa é considerável”. Ela indicou ainda verificar se as imagens do vídeo estão com alto nível de nitidez e focalizam mais o rosto da pessoa que fala, o que caracteriza uma deepfake, ou seja, notícia ou mensagem manipulada por meios digitais.
Canais de informação e outros cuidados
Todos esses detalhes que não podem ser ignorados podem evitar o compartilhamento de informações falsas e enganosas: “Com esses cuidados, fica mais simples ter a certeza de que se trata de um vídeo manipulado com más intenções, que, em geral, apresenta brechas que permitem a identificação”, concluiu Flávia Gomes de Barros.
Ela indicou aos eleitores que se informem por canais confiáveis de comunicação: 1491, do TSE, pelo qual as pessoas também podem denunciar desinformação; o portal do TSE e o SIADE - Sistema de Alertas de Desinformação Eleitoral – e, apenas sobre a desinformação, a pagina,onde se encontram todas as checagens de desinformação eleitoral, além do whatsapp (82) 99662-7491.
Durante a Roda de Conversa, Flávia Gomes convidou o ICS a construir, com o TRE, um projeto de cooperação para o combate à desinformação: “A Justiça Eleitoral tem todo o interesse em sentar com a universidade para construir um projeto interinstitucional nesta área”, afirmou a jornalista. Ficou acertado que ela participará de uma próxima reunião do grupo interdisciplinar que está trabalhando na formatação de Observatório da Desinformação, do qual fazem parte docentes do ICS, do Ichca e do IC, todos da Ufal.
Na mesa da Roda de Conversa, além da jornalista Flávia Gomes de Barros, estavam a estudante Ana Cecília Viana e as docentes Andréa Moreira, jornalista e professora de Política e Desinformação; e Luciana Santana, cientista política, professora e diretora do ICS.
A transmissão da Roda de Conversa sobre o combate à desinformação pode ser revista no site.