Professor apresenta trabalho inédito em seminário sobre a Confederação do Equador
Programação comemorativa do bicentenário transcorrerá até julho de 2025
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Confederação do Equador e os desafios de outrora e os desafios da cidadania e do republicanismo no Brasil (1824-2024), foi o tema do seminário nacional, realizado no último mês de agosto, na Escola de Magistratura de Pernambuco (Esmape), em Recife, como umas das atividades dos 200 anos da Confederação do Equador. O evento teve como um dos convidados o professor Gian Carlo de Melo Silva, do curso de História da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que apresentou o trabalho inédito que vem desenvolvendo.
O trabalho apresentado por Gian Carlo é um prolongamento do projeto de seu pós-doutorado Laços e Heranças, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e aborda a presença de africanos e seus descendentes em Alagoas no século XVIII e XIX. O trabalho mostra dados oriundos de ofícios inéditos que dão conta da formação das tropas em Alagoas para ajudar o imperador. “Os ofícios também mostram dados de conflitos internos envolvendo personagens Ana Lins e a família Sinimbú, senhores de engenho, religiosos que estiveram envolvidos nos conflitos existentes em Anadia, Palmeira dos Índios, Penedo, Barra Grande, Vila de Alagoas, Vila de Maceió, São Miguel dos Campos e Atalaia”, enfatiza Gian Carlo.
Ele foi um dos convidados para fazer parte da mesa História das Lutas Libertárias no Brasil, e a pesquisa inédita busca mostrar como a Confederação do Equador atingiu o território da Província de Alagoas. E, nesse contexto, quais as suas influências políticas e qual o papel que a citada província teve ao ajudar o imperador Dom Pedro I na vitória contra os confederados de Pernambuco.Fizeram também parte da mesa, os professores Carlos André, da Universidade de Pernambuco (UPE) e Luciano Figueiredo, da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Sobre a importância do evento, que foi aberto à sociedade e também contou com a participação de alunos de graduação e pós-graduação, professores da rede estadual e pesquisadores do tema em nível nacional, o professor aproveita para destacar a inclusão de pesquisadores de vários estados do Brasil, com mais de vinte instituições representadas em âmbito nacional por meio de universidades brasileiras e também estrangeira. “O evento possibilitou debates que tentaram dar conta de novas perspectivas de abordagem ao tema central, revisionismos e a sua abordagem em sala de aula”, enfatiza o professor da Ufal. A instituição americana Loyola University também se fez representar no seminário nacional.
Em alusão ao bicentenário, com encerramento no dia 2 de julho de 2025, o Governo de Pernambuco está produzindo livros e cartilhas didáticas para divulgação da história da Confederação do Equador. Uma peça teatral sobre Frei Caneca também vem sendo encenada, como parte da programação.
O Seminário Nacional foi promovido pelo Governo do Estado de Pernambuco em parceria com as comissões Estadual e Federal responsáveis pelo bicentenário. “O evento teve a importância de destacar o papel histórico da Confederação do Equador e de seus participantes, pensando o ontem e o hoje da cidadania e do republicanismo no Brasil, possibilitando debater como os ideários da Confederação e o desejo republicano estiveram presentes no início do Século XIX até hoje”, frisa Gian Carlo.
A Confederação do Equador recebeu incentivo do estado de Pernambuco e do Senado Federal para as comemorações do bicentenário, em virtude da importância de 200 anos atrás, envolvendo, também, na promoção do evento a Universidade de Pernambuco (UPE), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por meio do Programa de Pós-graduação em História; a Agência de Fomento à Pesquisa do Estado de Pernambuco (FACEPE), Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP ), Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), Escola de Magistratura de Pernambuco (Esmape) e Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ)
Atuação
Doutor em História, o professor Gian Carlo leciona a disciplina História do Brasil Colonial e Imperial e coordena o Núcleo de Estudos da Escravidão e Sociedade na Época Moderna (Nesem), que completou uma década de atividades este ano. Integram a equipe do Núcelo, a pesquisadora do Campus do Sertão Luana Tamano e alguns alunos do Programa Instrucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), além de outros membros participantes dos estudos científicos.