HU oferece protocolo de analgesia de parto normal para parturientes

Garantido por lei estadual desde 2021, protocolo conta com opções diversas para alívio da dor e humanização do parto

Por Ascom HU/Ufal

Pouca gente sabe, mas a Lei Ordinária nº 8.518 do Estado de Alagoas garante às gestantes e parturientes o direito à analgesia de parto normal. Esse tipo de anestesia utiliza as mesmas técnicas aplicadas em qualquer cirurgia, porém, as doses administradas são apropriadas para o alívio da dor sem impedir a movimentação, além de usar outras técnicas associadas, sem uso de medicamentos.

Desde fevereiro de 2024, o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é o único hospital da rede SUS no estado a disponibilizar em suas dependências um protocolo de analgesia de parto normal.

Para ter acesso ao protocolo, possibilitando um parto mais humanizado, é muito simples: basta a futura mamãe manifestar o desejo de utilizá-lo, informando este desejo à equipe médica. Ele consiste em métodos farmacológicos e não farmacológicos (ou seja, com uso ou não de medicação) para alívio da dor, como banho de água morna, exercícios perineais, musicoterapia, além da anestesia propriamente dita, aplicada com as chamadas bombas de infusão, um equipamento padrão ouro na medicina do parto, que injeta a dose correta do anestésico em intervalos de uma hora, sendo o único hospital público no estado a contar com este tipo de equipamento.

Jéssica Karla dos Santos foi uma das mães beneficiadas pelo protocolo. “Eu cheguei no HU já em trabalho de parto, com oito centímetros de dilatação. Já haviam me explicado anteriormente que a partir de oito centímetros, eu já poderia pedir analgesia. Então, pedi”disse.. Ela chegou aos nove centímetros de dilatação, com muita dor, sem forças, antes de receber a medicação, mas afirmou: “Foi uma coisa incrível, tranquilo, super humanizado e rápido”. E concluiu, com um incentivo às mães que, assim como ela, optaram por um parto normal: “Não tenham medo, é um direito. Não corram logo para a cesárea. É incrível, é muito incrível!”.

A implantação do protocolo foi resultado da pesquisa de mestrado da anestesiologista do HU, Roberta Brandão, que desenvolveu um grupo de trabalho com equipe multiprofissional, para elaborar um protocolo institucional atendendo às normas da Ebserh, empresa que gerencia o Hospital.

Foram realizadas capacitações para cerca de 100 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, gestores, residentes de obstetrícia e anestesiologia, tornando-os aptos a aplicar os procedimentos adequados à técnica. Além disso, foi realizado um treinamento para anestesiologistas e residentes em anestesiologia para o uso das bombas de infusão, que são utilizadas nas parturientes a partir do momento que optarem pelo recurso do alívio da dor por meio de anestesia.

Em vigor desde fevereiro do ano passado, o protocolo de analgesia do HU/Ufal é uma iniciativa que perpassa tanto o cuidado com as mães como a humanização do atendimento, trazendo qualidade ao atendimento na rede SUS/Ebserh. “Na hora que aliviamos a dor do trabalho de parto da mãe, conseguimos que ela faça as atividades, que contribua nos exercícios que são tão importantes [durante o parto]. Então, é importante que tenhamos essa consciência de que quando aliviamos a dor da mãe, muitas vezes ela deixa de ir para uma cesariana, um procedimento com mais risco. Muitas das mães pedem cesariana porque cansam [durante o parto], têm tanta dor que chega a um ponto que elas não aguentam mais passar por aquilo. Então, à medida que conseguimos reduzir a taxa de cesariana, aumentando nossa taxa de parto normal, com alívio da dor, esse é o grande benefício para as pacientes e para a instituição”, comentou Roberta.

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