Docente apresentou a gestão cultural da Ufal em evento no México

Natacha Gallucci mostrou a aproximação entre filosofia, arte e políticas culturais

Por Ascom Ufal
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Natacha Gallucci no 3° Congresso Latino-americano de Gestão Cultural
Natacha Gallucci no 3° Congresso Latino-americano de Gestão Cultural

A professora da Pós-graduação em Filosofia da Ufal (PPGFIL), Natacha Gallucci, participou do 3° Congresso Latino-americano de Gestão Cultural (CLGC), em Guadalajara-México, esta semana, de 21 a 24, apresentando o cenário do tema na Ufal, reforçando a presença da pesquisa brasileira no cenário latino-americano. Natacha faz parte do Grupo de Pesquisa Filomove: Filosofia, Artes e Estéticas da América Latina e acredita que sua participação no evento representa um importante marco para o fortalecimento do diálogo entre filosofia, ética e gestão cultural latino-americano.

A docente desenvolve investigações que aproximam filosofia, arte e políticas culturais, com ênfase em epistemologias latino-americanas, arquivos e performance. “A gestão cultural se encontra em processo de construção de uma matriz disciplinar própria, caracterizada e diferenciada principalmente por ter a ação cultural como elemento central de suas práticas profissionais e acadêmicas. Como em todas as profissões e disciplinas, existem diferentes mídias, correntes, modelos e/ou perspectivas que moldam a forma como a ação cultural é projetada e implementada, pois, dependendo de suas concepções de cultura e dos propósitos da ação cultural, dependerá de como ela se configura e se desenvolve”, contextualizou Natacha.

A atuação internacional nesse campo não se restringe à circulação de pesquisas, mas visa a criação de redes de conhecimento ético e cooperativo entre universidades, coletivos comunitários e instituições. A docente destaca que o PPGFIL, em dialogo com a visão do evento, “aproxima filosofia e ação cultural, e propõe uma formação reflexiva e crítica, capaz de responder às problemáticas sociais, ecológicas e culturais da região”.

Sobre  CLCG

O CLGC consolidou-se como um espaço de encontro e cooperação entre pesquisadores, gestores, artistas e ativistas culturais de diversos países. Desde sua primeira edição em Santiago do Chile (2014) e, especialmente, a partir das conclusões do congresso realizado em Cali, Colômbia, em 2017, o evento vem promovendo a reflexão sobre o papel da cultura na construção da paz, da cidadania e da justiça social.

Destaca-se “a necessidade de reconhecer a cultura como um campo ético-político, no qual a gestão não se reduz à administração de recursos ou eventos, mas à criação de condições para a convivência, a pesquisa em novos recortes teóricos e o diálogo e o reconhecimento mútuo das diferenças”, como ressalta a professora Natacha. A gestão cultural, segundo o documento final do encontro em Cali, deve promover processos participativos, horizontais e colaborativos, em que estado, universidades e comunidades atuem juntos na defesa dos direitos culturais e na reconstrução do tecido social.

O CLGC reafirma que a cultura é central para enfrentar os desafios contemporâneos da desigualdade, da luta contra o racismo, da xenofobia, da violência e da exclusão. Os professores com suas pesquisas também são gestores culturais atuando não apenas como mediadores entre teorias e território, mas como agente de transformação social.

“Esses princípios dialogam diretamente com as pesquisas do Filomove, que compreende o pensamento filosófico latino-americano como práxis situada e comprometida com a realidade. No âmbito da Ufal, isso se traduz em uma perspectiva que articula a internacionalização com a responsabilidade local, transformando a cooperação acadêmica em prática solidária e decolonial”, frisa Natacha, concluindo que representar a Ufal no evento mostra o compromisso da Universidade “com a internacionalização, a pesquisa de excelência e a ética na gestão cultural, contribuindo para o fortalecimento de uma cultura de paz, diversidade e justiça no continente”.