Eliane Campesatto defende memorial e se torna professora titular da Ufal
Docente celebra trajetória dedicada à farmacologia e ao compromisso com a universidade pública
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A professora Eliane Campesatto, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), atingiu o mais alto grau da carreira acadêmica após a defesa de seu memorial de atividades acadêmicas, intitulado A história da minha vida. O documento apresentado à banca reuniu os principais marcos de uma trajetória acadêmica construída ao longo de 17 anos de atuação na Ufal, marcada pelo ensino, pesquisa, extensão e dedicação à formação de profissionais da área da saúde.
A banca avaliadora foi composta pela professora Maria Aline Barros Fidelis de Moura (Ufal), como avaliadora interna e presidente, e pelos membros externos Almira Alves dos Santos, Célio Fernando de Sousa Rodrigues e Sandra Adriana Zimpel, todos da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). Participaram ainda, como suplentes, os professores João Xavier de Araújo Júnior (Ufal) e Ilka do Amaral Soares (Uncisal).
Durante a defesa, Eliane relembrou momentos marcantes de sua carreira e as conquistas obtidas desde que ingressou na Ufal, em 16 de julho de 2008, após aprovação em concurso público para docente da disciplina de Farmacologia. “Ser docente de uma universidade pública foi o meu maior objetivo de vida. A Ufal é a realização de um sonho e o espaço onde pude unir ensino, pesquisa e extensão em favor da sociedade”, destacou.
Uma trajetória de dedicação à docência e à ciência
Natural de Santo Antônio do Sudoeste (PR), Eliane Campesatto é graduada em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1993-1995) e pela Universidade Paranaense (1996-1997). Possui especialização em Farmacologia (1999), mestrado (2001) e doutorado (2007) em Ciências Biológicas, subárea Farmacologia, pela Universidade Estadual de Maringá. Sua vocação para o magistério surgiu ainda na graduação, quando iniciou suas atividades docentes na Universidade Paranaense, em Umuarama. Desde então, construiu uma carreira dedicada à educação e à ciência, encontrando na Ufal o espaço ideal para consolidar sua missão acadêmica.
Durante mais de dez anos, a professora atuou no Laboratório de Farmacologia e Imunidade (Lafi), desenvolvendo pesquisas sobre o potencial terapêutico de plantas medicinais e novas substâncias com atividades anti-inflamatórias e cicatrizantes. Entre os estudos de destaque, estão os realizados com espécies como bananeira, Costus cf. arabicus (Canarana), Punica granatum (romã), Cereus jamacaru (mandacaru) e Tabebuia aurea (craibeira), árvore símbolo de Alagoas.
Em 2020, fundou o Grupo de Pesquisa em Farmacoterapia das Doenças Crônicas (GFADOC), que ganhou destaque nacional durante a pandemia da Covid-19 pela produção e divulgação de informações científicas sobre tratamentos farmacológicos e vacinas. “Foi um momento desafiador e de grande responsabilidade social. Nosso grupo se tornou uma referência em divulgação científica de qualidade”, relembra.
Sob sua coordenação, o GFADOC desenvolveu diversos projetos e orientou estudantes em pesquisas sobre o cuidado farmacêutico, a adesão a medicamentos e a prevenção de doenças crônicas, sempre com foco no impacto positivo à saúde pública.
Extensão universitária e compromisso social
Entre 2008 e 2024, Eliane Campesatto coordenou ou participou de 11 projetos de extensão, que envolveram 181 estudantes e beneficiaram mais de 4 mil pessoas na comunidade alagoana. As ações abordaram temas como o uso racional de medicamentos, a fitoterapia, o autocuidado e a prevenção de doenças. “Cada projeto foi uma oportunidade de aproximar a Universidade da população e de mostrar o papel transformador da ciência. Levar o conhecimento para fora dos muros é uma das partes mais gratificantes do meu trabalho”, afirma a professora.
A docência como vocação
Durante 16 anos de sala de aula, a professora ministrou disciplinas de Farmacologia e Uso Racional de Medicamentos para os cursos de Farmácia, Medicina, Enfermagem e Odontologia, além de disciplinas na pós-graduação. Já formou mais de 2 mil estudantes de graduação e orientou diversos trabalhos em programas de residência e pós-graduação. “Os momentos mais importantes da minha trajetória foram com meus alunos. Cada turma, cada aula, cada homenagem me lembram por que escolhi a docência: é uma vocação, uma missão de vida”, expressou emocionada.
A elaboração do memorial foi um processo de profunda reflexão e emoção. “Foi árduo e exigiu meses de trabalho. Revivi lembranças desde a infância até a carreira na Ufal. Em vários momentos chorei, ri e me orgulhei da trajetória construída. Percebi o quanto sou grata por estar nesta universidade pública que transforma vidas”, contou.
Gratidão e novos caminhos
Ao alcançar o ponto mais alto da carreira docente, Eliane se diz entusiasmada para continuar contribuindo. “Sinto-me motivada a seguir compartilhando conhecimento e enfrentando os desafios da docência. A cada ano, busco me aprimorar como professora e como pessoa”, afirmou. Entre suas perspectivas futuras estão a continuidade das atividades no GFADOC, a orientação de estudantes da graduação e pós-graduação, e o desenvolvimento de novos projetos de pesquisa e extensão.
Para a professora, a Ufal é parte essencial de sua história. “Devo tudo que sou à Universidade Federal de Alagoas. Ser docente aqui é um privilégio e uma honra. A Ufal me permitiu realizar o sonho de ensinar e de transformar vidas por meio do conhecimento”, concluiu.
Conheça a docente
Eliane Campesatto é professora titular do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Graduada em Farmácia e Bioquímica, é especialista, mestre e doutora em Ciências Biológicas, subárea Farmacologia. Desde 2008, atua como docente da Ufal, com experiência em ensino, pesquisa e extensão nas áreas de farmacologia, uso racional de medicamentos e farmacoterapia das doenças crônicas. Fundadora e coordenadora do GFADOC, dedica-se à formação de profissionais de saúde e à produção de conhecimento voltado ao bem-estar da população.