Do medo à conquista: A jornada da professora Letícia Ribes no Triathlon

A docente conquistou o 3° lugar em uma prova longa e garantiu uma vaga no campeonato mundial em 2026, na França

Por Manuela Soares - jornalista
Letícia Ribes de Lima fez história  garantiu uma vaga no Mundial, em Nice-França de 2026
Letícia Ribes de Lima fez história garantiu uma vaga no Mundial, em Nice-França de 2026

Subir ao pódio no último final de semana foi a conquista da superação. No dia 30 de novembro, a professora do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS/Ufal) Letícia Ribes de Lima fez história ao conquistar o terceiro lugar em sua categoria na prova longa do 70.3 Ironman, realizada em Aracaju. Completando 1,9 mil metros de natação, 90 quilômetros de ciclismo e 21 quilômetros correndo, a professora de Botânica da Ufal, que ensina com paixão desde 2012, provou que o esforço vale a pena quando se busca um sonho diferente.

“Estou muito, muito feliz!”, falou com entusiasmo. Competir com 18 mulheres e garantir uma vaga no Mundial, em Nice-França de 2026, foi um momento de alegria. Mas essa conquista não surgiu do nada. A trajetória de Letícia é marcada por coragem e determinação. Após as incertezas da pandemia em 2021, ela decidiu que era hora de enfrentar um medo que a acompanhava há muito tempo: o de nadar. Para dar o primeiro passo, começou a fazer aulas de natação no mar. Depois disso, foi só paixão e evolução.

Inspirada pela beleza da orla, Letícia logo passou a observar ciclistas deslizando pelas ruas. A vontade de pedalar surgiu naturalmente, e assim nasceu seu novo desafio com as bicicletas de estrada. “Comprei uma Speed e comecei a pedalar”, recorda como as coisas foram naturalmente acontecendo. A vontade de ir além não parou por aí, e em 2022, Letícia se juntou a uma assessoria de triathlon, onde uniu as modalidades de natação, ciclismo e corrida em um só treino.

O triathlon se tornou seu novo estilo de vida, um espaço onde ela poderia testar seus limites e fortalecer não só o corpo, mas também a mente. Para isso, Letícia se organiza com maestria: acorda antes do sol nascer, às 3h50 da manhã, garantindo que consiga dar conta dos treinos intensivos enquanto mantém suas responsabilidades acadêmicas, com as aulas na graduação, na pós-graduação e com as orientações. Um equilíbrio difícil, mas o próprio triathlon é um aliado. “Esse tipo de esporte te traz uma disciplina e uma resiliência que você consegue usar fora do esporte. E você aprende a lidar com as adversidades, você aprende a lidar com as intempéries que acontecem. Eu acho que você se torna uma pessoa mais forte mentalmente”, ressalta.

E o impacto dessa jornada vai além da linha de chegada: Letícia se tornou uma fonte de inspiração para seus alunos. “Muitos alunos vêm comentar e falar que começaram a fazer atividade física por minha causa, olhando meu Instagram e a gente sabe o quanto isso é importante. Foi-se o tempo em que as pessoas achavam que atividade física era futilidade. Apesar de eu não ser da área da educação física, eu sei o quanto é importante a gente estar com um corpo saudável para ter uma mente saudável também”, comentou, feliz em ser plantar essa semente.

Com o coração cheio de gratidão e o foco no próximo desafio, Letícia continua a transformar sua vida por meio do esporte, mostrando que o medo pode ser superado e que as conquistas são sempre possíveis. E, sem dúvida, ela está mais do que pronta para brilhar no Mundial de Triathlon com a torcida da Ufal.

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