Estudantes e técnicas da Ufal participam da Marcha das Mulheres Negras em Brasília

Evento integra o ativismo pelo fim da violência contra as mulheres e do racismo

Por Lenilda Luna - jornalista
- Atualizado em
Registro da Marcha das Mulheres Negras
Registro da Marcha das Mulheres Negras

Representantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) integraram a delegação alagoana na Marcha das Mulheres Negras, realizada em Brasília no último dia 25 de novembro. A participação das estudantes e técnicas da Ufal reforça o protagonismo de mulheres negras no ambiente universitário e na luta pela garantia de direitos, reparação histórica e bem viver.

Compuseram a delegação da Ufal as estudantes: Beatriz Maciel, de Ciências Sociais, militante da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) da Ufal e pesquisadora do Grupo Mandacaru; Margot, militante da MMM Ufal e representante do Centro Acadêmico de Serviço Social Rosa Luxemburgo; Laís Emília, estudante de Filosofia, representante do Centro Acadêmico de Filosofia, integrante da Bancada Negra e do Instituto do Negro de Alagoas (Ineg).

Estavam ainda: Isadora Kelly, estudante de Letras–Português, integrante do PET Letras Ufal e do Baque Mulher Maceió; Mônica Nunes, de Ciências Sociais e militante da MMM Ufal; Patrícia Magalhães, mestranda do Programa de Pós-graduação em Serviço Social (PPGSS) da Ufal e integrante do grupo Frida Kahlo; Gildete Ferreira, doutoranda do PPGSS e integrante do grupo Frida Kahlo; Lurdes Chauque, doutoranda do PPGSS e integrante do grupo Frida Kahlo; e Andressa Clívia, mestranda do PPGSS e integrante do grupo Frida Kahlo.

Também participaram da marcha as técnicas-administrativas em educação da Ufal: Girlaine Santos, bibliotecária; Risonilda Costa, técnica de enfermagem; e Ilma Mendes, da direção do Sindicato dos Trabalhadores da Ufal (Sintufal). As estudantes e técnicas estiveram reunidas com cerca de 300 mil mulheres negras de todo o país, celebrando a ancestralidade e reivindicando uma sociedade baseada na dignidade, cuidado, justiça racial e igualdade de gênero.

Vozes da Marcha

A estudante de Filosofia Laís Emília destacou o impacto da experiência. “Participar da Marcha das Mulheres Negras foi uma experiência sem igual. Foi a minha primeira vez e, sinceramente, um dos momentos mais marcantes da minha trajetória no movimento. Estar ali, no meio de tantas mulheres negras, tantas potências, foi algo que me atravessou profundamente”, testemunhou.

Já Isadora Kelly, estudante de Letras-Português, ressaltou a força política da mobilização. “Antes da Marcha começar, vivemos um momento histórico dentro da Câmara dos Deputados: uma sessão solene em homenagem à Marcha das Mulheres Negras, presidida por Benedita da Silva. Ver aquele plenário tomado por mulheres negras, tantas, tão diversas, foi algo que me emocionou e me indignou. Quando saímos da Câmara em direção à Marcha, foi como atravessar um portal: Brasília pareceu pequena diante da força das nossas vozes”, narrou a estudante.

Sobre a Marcha das Mulheres Negras

A Marcha das Mulheres Negras é uma mobilização nacional que denuncia as desigualdades estruturais impostas pelo racismo e pelo patriarcado, reivindicando políticas de reparação histórica, bem viver e justiça racial. A primeira edição foi realizada em 2015 e marcou a luta antirracista e feminista no Brasil.

Dez anos depois, a marcha retornou às ruas de Brasília reafirmando a defesa da democracia e um projeto de país que supere as opressões de raça, gênero, classe e território. No site oficial da Marcha, as mulheres foram identificadas como “quilombolas, ribeirinhas, do campo, urbanas, periféricas, acadêmicas, artistas, trabalhadoras, meninas, mães, jovens e anciãs”, toda a diversidade representada na caminhada pela Esplanada dos Ministérios.

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