Professor da Ufal lança livro que explora a evolução do relógio biológico
Publicada pela Editora da Unicamp, obra une rigor acadêmico e linguagem acessível para explicar a história dos ritmos que moldam seres vivos
O professor da Faculdade de Medicina (Famed), Tiago Andrade, acaba de lançar o livro Biotempo, publicado pela Editora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A obra, que une divulgação científica e rigor acadêmico, investiga a origem e a evolução dos ritmos biológicos que influenciam todos os seres vivos, dos organismos unicelulares às plantas, fungos, animais e seres humanos.
O livro está disponível no site da editora e pode ser adquirido clicando aqui.
Resultado de anos de pesquisa e da paixão do docente pelo tema, o livro nasce de uma lacuna na produção científica voltada ao público geral. “Existe uma carência de obras nessa linha, tanto na literatura em geral quanto, particularmente, em materiais de divulgação científica. Esse conjunto de fatores acabou levando à criação do livro.”, explicou Tiago.
Transformar um tema complexo e denso em uma narrativa compreensível ao grande público sem perder a meticulosidade foi um dos maiores desafios do pesquisador “Na academia, estamos acostumados a uma linguagem técnica, voltada para o nosso próprio meio. Contar essa história de maneira mais palatável, sem perder o rigor científico, foi um esforço grande”, destacou.
O que é o "Biotempo" ?
O termo que dá título ao livro foi um neologismo criado pelo próprio pesquisador para representar a ideia de ritmo biológico, o relógio interno presente em células e organismos, responsável por padrões como o ciclo vigília–sono, variações diárias de atenção, desempenho físico, apetite e diversas funções fisiológicas e comportamentais.
Esse mecanismo, destacou o professor, tem uma história evolutiva que remonta aos primórdios da vida na Terra. “Ele está presente em todo o corpo e tem uma herança evolutiva muito antiga. Essa história remonta a bilhões de anos. A ritmicidade biológica está presente desde organismos simples, como bactérias, até plantas, fungos e animais. E é essa antiguidade e impacto do relógio biológico na nossa maneira de ser, biologicamente e até comportamentalmente, que eu quis contar ”, afirmou.
Incentivando a pesquisa
Embora a literatura sobre evolução dos ritmos biológicos ainda seja limitada, para o professor, parte do valor do livro está em estimular perguntas, hipóteses e a curiosidade científica, inclusive para os estudantes da Ufal que podem ter uma visão mais ampla da produção científica. Formado em Ciências Biológicas pela Ufal, ele destacou a instituição como o local em que teve a sua educação básica para sua carreira acadêmica e como a Universidade vem ganhando espaço nos ensinos de cronobiologia.
“A Ufal vem assumindo um protagonismo em cronobiologia na América Latina, até em nível internacional. Acabamos de sediar o congresso latino-americano da área, aqui em Maceió, com pesquisadores da América Latina, Estados Unidos e Europa. Então, já temos esse protagonismo há algum tempo, e acho que o livro se soma a esse esforço de mostrar a qualidade do que fazemos”, finalizou.